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Criar - Adestrar - Educar

por Saul Brandalise Jr. em Espiritualidade
Atualizado em 16/08/2007 16:17:25


Sempre tive uma preocupação além do normal com a educação de meus filhos e agora, de meus netos.
Em nosso país, devido às suas dimensões continentais e à miscigenação das raças, os valores encontrados na rua são absolutamente desuniformes. O diamante precisa ser lapidado em casa.
CRIAR um filho é simples. Basta dar alimento, roupa e esperar que os valores que precisam ser repassados sejam de responsabilidade da escola. É a famosa omissão e transferência de responsabilidade. Esta criança dificilmente terá base para a vida e tudo tenderá a copiar... Não devemos nos esquecer que, pais ausentes, droga presente.
ADESTRAR um filho é ser absolutamente rígido no tratamento. Bater, comandar, mandar dar beijo quando a criança não quer, etc... Ensinar pelo comando. Corre-se o risco de ter um filho não preparado para a vida. A criança só sabe obedecer. Nunca vai ter iniciativa. A única diferença entre esta criança e um animal é que ela raciocina... Só que com medo, dificilmente vai arriscar. Fortes tendências de ser uma criança gorda, estressada.

Para se EDUCAR um filho é preciso ser amigo, “cúmplice”, transferir valores éticos, de fé, morais e de relacionamento humano. A responsabilidade na educação de uma criança é dos pais e nunca da escola. A escola dá cultura, nada mais do que isso. A base, o fundamento vem de casa. Quem gera, educa.
Por que resolvi escrever este texto? Para lhes contar o que meu neto Gabriel me deu de presente neste ultimo domingo, dias dos pais.
Faz tempo que ele quer comprar um barco a vela para montar, apesar de seus sete anos. Está economizando já faz tempo. Nesta ultima semana perdeu seu primeiro dente de leite, e lhe foi explicada a importância disso para que os dentes permanentes não cheguem tortos e que sua dentição seja correta. Ele deve facilitar a queda deste tipo de dentes, para que isso seja verdadeiro. Comprei o seu dente de leite com o intuito de ajudá-lo na “montagem” da quantia necessária para ele poder comprar o seu tão sonhado barco.
Alguns avós já dariam o barco se esquecendo que a pessoa precisa saber dar valor à vida. Não se deve presentear demasiadamente um filho ou um neto. Ele não saberá, no futuro, dar valor aos bens materiais. O que vem fácil, assim também vai. Além disso pode confundir sentimentos que nunca podem ser comprados. Dar presente fora de tempo é, indiretamente, buscar aprovação, conquista sem amor e carinho.

No dia dos pais, meus dois filhos Saul Neto e Jean Paul resolveram me convidar para um final de semana juntos em um hotel próximo de Florianópolis. Este seria o meu presente. Fiquei feliz com a idéia. Estávamos todos na piscina, alegres, brincando e uma das recreações para as crianças era uma competição de salto na água. Bomba, barrigada etc. Meu neto não quis participar, está aprendendo a nadar.
Depois era a vez dos avós e pais. Eu, lamentavelmente, porque certamente iria, estava impedido de participar devido à cirurgia que fiz. Meus dois filhos resolveram aceitar o desafio: a prova resumia-se em “barrigadas” e segurar a respiração na água.
Meus filhos conquistaram o ouro e a prata. Ambos deram para meu neto as medalhas. Ele ficou muito feliz e até foi almoçar com elas.
Para meu neto, seu pai e seu tio foram os grandes heróis do dia. Já fazia planos em levar as medalhas para a escola e contar aos amigos o que havia acontecido.

Durante o almoço, para ajudá-lo na conquista do dinheiro para comprar o seu barco a vela e também para testar sua evolução em valores, procurei comprar a medalha que seu pai havia conquistado e dado a ele. Ofereci R$ 100,00 R$ pela medalha de ouro.
Ele meditou um pouco, sem me olhar. Desviava o olhar fortemente, chegando a curvar a cabeça. Senti que ele não queria me ofender com a sua resposta e depois de muito pensar me disse: vovô, não vou vender a medalha.

Fiquei muito feliz com a resposta que recebi. Levei-o até meu quarto e conversei com ele sobre sua atitude. Mostrei que existem coisas que não têm preço e que a atitude do pai dele em competir sofrendo para dar uma barrigada e saindo com a barriga toda vermelha pelo choque com a água, era para fazê-lo feliz.
Dei-lhe os parabéns por ter decidido ficar com a medalha. Seu pai certamente ficaria chateado se ele a vendesse. Como premio por saber decidir lhe dei um pouco de dinheiro para ajudar na sua busca em chegar ao valor do seu brinquedo.
Ganhei dois presentes no dia dos pais:
Um final de semana muito feliz com meus filhos e meu neto me presenteado com valores que não têm preço e nem se compram em farmácias...

Sei que nos veremos.
Beijo na alma



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saul
Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.
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