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Sensibilidade

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 08/04/2020 11:34:53


Sensibilidade é uma qualidade essencial para quem deseja viver a vida em toda a sua plenitude. Nascemos plugados na fonte original do ser, com nossa sensibilidade totalmente desperta.

Mas, na medida em que crescemos e a mente começa a assumir o comando, vamos perdendo aos poucos a capacidade de nos relacionarmos com a vida de modo total, espontâneo e natural.

As armaduras corporais que criamos como defesa para não exprimir nosso lado sensível -aquele que o mundo nos faz acreditar ser sinônimo de fragilidade-, e os jogos do ego, embotam nossa capacidade de expressar todo o potencial de sensibilidade que existe em nós.

Fazer o caminho de volta e retornar à nossa essência, exige uma virada em nosso padrão usual de reação ao mundo. A percepção plena de nossos sentidos só pode ser resgatada se nos mantivermos conscientes desse processo e estivermos dispostos a manter sempre em alta nossa capacidade de nos extasiarmos com os mais simples acontecimentos da vida.

Felizmente, temos à nossa disposição muitas técnicas terapêuticas que podem nos ajudar a reverter este processo, descobrindo em nosso corpo uma fonte de prazer e alegria e aplicando estes sentimentos a qualquer circunstância que vivenciemos.

A sensibilidade é um atributo essencial daquele que está totalmente vivo, não porque respire ou porque seu coração bata de modo ritmado todos os dias, mas porque é alguém que se mantém conectado permanentemente com a dimensão divina que habita em si. Este sentimento de união com o Todo é o que nos traz de modo incondicional a percepção da beleza, da harmonia e da paz que existe em tudo o que há.

"Por que nos reprimimos voluntariamente a nós mesmos e adotamos mecanismos de defesa incapacitantes?
Para sobreviver. A criança é indefesa, ela não sobrevive por si própria.
...A criança é tão frágil que não pode existir por conta própria. Você pode explorar isso. Você pode forçar a criança a aprender o que você quiser. Foi o que Skinner fez no seu laboratório. Ele ensinou pombos a jogar pingue-pongue, o truque foi o mesmo: recompensa e punição.
Se eles jogassem eram recompensados, se não jogassem, se ficassem relutantes, eles eram punidos. Quando eles faziam um movimento correto, eram recompensados com comida; se fizessem movimentos errados, recebiam eletro-choque. Até os pombos começaram a aprender como jogar pingue-pongue.
...Mas você faz isso, muito inconscientemente, porque isso foi feito com você; esta é a única forma que você aprendeu de ensinar e educar as crianças. Isso é o que você chama "educar". O fato é que desta forma você está destruindo, levando a criança a uma existência pobre, ao invés de educá-la para uma forma de existência elevada. Tudo se resume a técnicas e truques skinianos e por causa disso, começamos voluntariamente a nos reprimir e adotar mecanismos de defesa incapacitantes.
A criança não sabe o que é certo ou errado. Nós a ensinamos. Nós ensinamos de acordo com a nossa mente. A mesma coisa pode ser correta no Tibet e errada na Índia; a mesma coisa pode ser certa na sua casa e errada na casa do seu vizinho.
Mas você força a criança a fazer o que é certo para você. "Isto é certo, você tem que fazê-lo". A criança é aprovada quando ela faz o que você diz que é correto e desaprovada se ela não o faz. Quando ela lhe obedece, você fica feliz e dá carinho para ela; quando ela não lhe obedece, você fica com raiva e a tortura, bate nela, a deixa com fome, não dá o seu amor a ela.
Naturalmente a criança começa a entender que sua sobrevivência está em risco. Se ela escuta a mãe e o pai, então, está tudo bem; se não, eles irão matá-la. Então, o que pode a criança fazer? Como ela pode se afirmar contra estas pessoas tão poderosas? Eles assombram de longe. Eles são enormes, muito grandes, muito poderosos e podem fazer tudo.

Quando chega o momento em que a criança tem poder, ela já estará condicionada. O condicionamento está tão profundo nela, que ela não precisa mais do pai nem da mãe para persegui-la. O condicionamento interno, o que eles chamam de consciência, irá torturá-la.
...É por isso que Buda fala que, a menos que você mate os seus pais, você nunca se tornará livre. Matar os pais significa calar as falas deles dentro de você, matar a consciência dentro de você, deixar estas idéias absurdas e começar a viver sua própria vida, de acordo com a sua própria consciência.
Lembre-se que a consciência em si tem que ser maior do que aquela consciência adquirida. Esta última tem que desaparecer completamente e a própria consciência tem que estar viva. Esta consciência é a lei, deixe que ela seja sua lei. Então, o que quer que você sinta, é a sua vida. Você tem que decidir. Não é a vida de mais ninguém; ninguém mais tem o direito de decidir.

Eu não estou falando que você vai acertar sempre, algumas vezes você fará errado. Isto faz parte da sua liberdade, do seu crescimento. Muitas vezes você pode se perder, mas isto está perfeitamente bem. Perder-se é o caminho de ir de volta para casa. A pessoa que nunca se perde, nunca volta para casa, ela já está morta. A pessoa que nunca faz nada errado, nunca desfruta fazer alguma coisa certa. Ela é apenas uma escrava. Uma escravidão mental está criada.
...A sociedade é a sua grande escritura parental; seus pais não são nada mais do que agentes desta sociedade... Uma vez que você tenha aprendido, desaprender torna-se muito difícil, porque depois de vinte e cinco anos de constante repetição, você está completamente hipnotizado. Uma desipnotização é necessária. Você tem que retirar todo este condicionamento.Sim, é simplesmente sobrevivência, a necessidade de sobreviver. A criança quer viver. É por isto que ela começa a conceder. Ela barganha. Qualquer pessoa irá barganhar quando existir uma questão de vida ou morte. Se você está morrendo no deserto e alguém tem água, e você está com sede, você está morrendo, e ele pode pedir qualquer preço. Ele pode dizer "ajoelhe e beije os meus pés", e você irá ajoelhar e beijar os pés dele. Ele pode conseguir qualquer coisa, ele pode forçar qualquer coisa sobre você. Isto é o que nós temos feito com as nossas crianças.
Eu não estou dizendo que vocês deveriam ir matar os seus pais. Eles foram vítimas exatamente como vocês são vítimas. Eles foram vítimas da sociedade deles, dos pais deles. E os pais deles foram também vítimas na época deles, é uma longa cadeia viciosa.

Assim eu não estou dizendo para fazer seus pais se sentirem culpados. Sinta compaixão por eles também, porque eles estão no mesmo barco onde você está. De fato, você está em uma situação melhor - pelo menos você já compreende que alguma coisa diferente é possível, que pelo menos há uma pequena abertura na porta, que pelo menos há uma pequena consciência e que você pode agir a partir dela.
Por que nos reprimimos voluntariamente a nós mesmos e adotamos mecanismos de defesa incapacitantes?

Isto não é voluntário. Parece que é voluntário porque quando você se torna alerta, aquilo já esta quase dentro do seu sangue e dos seus ossos. Mas não é voluntário. Nenhuma criança aprende algo voluntariamente - é algo forçado, é violento.
Você pode olhar qualquer criança. Todas resistem, todas lutam até o fim. Toda criança cria problema para os pais, toda criança tenta arduamente este ou aquele caminho para escapar desses mecanismos incapacitantes. Mas finalmente os pais dominam, pelo fato deles serem mais poderosos. É simplesmente uma questão de poder e falta de poder".

OSHO, Zen: The Path of Paradox.



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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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