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A adivinhação através do Tarô

por Elisabeth Cavalcante em Oráculos
Atualizado em 03/08/2020 16:04:20


Atualmente, como sempre, o tarô deve a maior parte de sua popularidade ao seu uso como artifício de adivinhação. A adivinhação não envolve apenas a superstição ou a mera leitura da sorte.

Pelo contrário, ela é excepcionalmente sutil, e por seu intermédio os segredos do inconsciente podem ser descobertos, nossos poderes (extra-sensoriais e outros) podem se tornar acessíveis, e podemos obter orientação para as nossas vidas confusas.

O mais importante é compreendermos que não existe nada casual ou acidental no Universo e que os eventos exteriores - mesmo aqueles que parecem triviais - estão intimamente relacionados com ocorrências no interior da psique do ser humano.

Desse modo, se nós aprendermos a arte de descobrir e interpretar os sinais exteriores, poderemos da mesma forma ter acesso ao mundo das realidades interiores das nossas próprias almas e da Alma Cósmica.

A magia da adivinhação do tarô não está nas cartas e sim em nós mesmos. As cartas agem como instrumentos através dos quais a realidade subjetiva no interior do inconsciente se torna capaz de projetar uma parte de si mesma numa existência objetiva. Por meio dessa projeção, podemos estabelecer um relacionamento útil e significativo ou um diálogo criativo entre os lados objetivo e subjetivo das nossa vidas, o que significa uma grande façanha.

Certas Escolas Iniciáticas ou Escolas de Mistérios do passado, consideravam a arte da adivinhação uma importante parte de seu curriculum. Porém, a finalidade básica não era ensinar o aluno como ver o futuro, mas tinha o intuito de construir um mecanismo psíquico no interior do iniciado, através do qual uma fonte de orientação e de conhecimento intuitivo pudesse se tornar acessível ao seu Eu consciente. A adivinhação, nesse sentido, é uma arte que constrói uma ponte entre os homens e Deus, e como todas as pontes ela deve ser atravessada e não utilizada como alicerce.

Por todas as razões expostas, o trabalho com o tarô exige uma postura de respeito e seriedade, já que a intenção com que realizamos algo é essencial no que diz respeito aos resultados que serão obtidos.

Stephan Hoeller, um dos mais renomados tarólogos americanos, define como, em sua opinião, podemos desenvolver a habilidade adequada na adivinhação através do tarô e ao mesmo tempo evitar as armadilhas da superstição:

"Existem quatro tipos básicos de adivinhação adequada e segura através do tarô e, vamos aqui descrevê-las em linhas gerais:

1 - A atitude adequada
Essa atitude deve estar localizada entre a frivolidade e o temor supersticioso. A operação de adivinhar através do tarô é uma atividade séria, pois não invocamos os Deuses em vão. Ao mesmo tempo, devemos nos lembrar que as cartas são apenas cartas e, em hipótese alguma, são objetos dignos de medo e de veneração em si próprios. Guardar as cartas em caixas de valor, pintá-las à mão, ou acender velas perto delas não alterará o fato de que são apenas pedaços de cartolina, e nada mais. O que importa é a resposta psicológica que as cartas despertarão em nós; o resto tem pouca importância.

2 - O conhecimento adequado referente ao significado adivinhatório das cartas é a próxima exigência.
Isso é bem mais importante do que o chamado médium deseja admitir. Não podemos praticar a adivinhação apenas olhando para as cartas e fazendo a "livre associação" com qualquer coisa que penetre na nossa mente. O tarô não é um método de teste associativo como os borrões de tinta de Rorschach. Temos que memorizar os significados básicos e simbólicos das cartas (de todas as 78), antes que possamos pretender chegar à condição de adivinho do tarô. É bem verdade que a adivinhação também inclui o uso do material inconsciente que vem de forma espontânea à tona da mente do adivinho durante uma leitura, porém esse material deve servir para ampliar e não para substituir a arte de interpretar as cartas em termos do seu significado reconhecido.

3 - Um talento natural para a imaginação mágica
É outra qualidade importante. Ela pode ser encontrada em determinado grau na maioria das pessoas, e o seu crescimento dentro da psique individual pode ser cultivado. A imaginação mágica é simplesmente a habilidade de fazer com que a realidade subjetiva ou psíquica se relacione de modo significativo com os sinais materiais disponíveis. O tarô é certamente um dos melhores meios de estimular essa imaginação mágica, e quanto mais o estudamos e utilizamos, mais nos tornamos aptos a cultivar essa importante e excitante faculdade.

4 - A disposição de encarar as aspectos ocultos das própria psique
É a ultima condição e provavelmente a mais importante. Nenhuma pessoa que sofra das formas mais graves de neurose pode praticar qualquer arte oculta sem causar danos a si própria a aos outros. Os antigos possuíam um ditado que dizia que, num recipiente não preparado, os Deuses derramariam o seu vinho em vão. Aqueles que possuem poderosos demônios escondidos na entrada da consciência poderão permitir que eles se manifestem nas suas personalidades quando estiverem envolvidos na pratica das artes ocultas.
Tais acontecimentos infelizes não desmerecem o tarô ou qualquer outro artifício adivinhatório; eles meramente revelam a falta de sabedoria do tolo que se precipita onde os anjos temem pisar. Motivos mercenários, bem como o desejo de prestigio e de poder obtidos por meio da adivinhação, são obstáculos poderosos ao sucesso de uma operação adivinhatória, pois eles tendem a liberar forças psicológicas indesejáveis que confundem o adivinho.

A adivinhação por meio do tarô é uma atividade séria, que não deve ser empreendida por razões mercenárias ou fúteis. Tais motivos representam uma profanação, não das cartas, mas do poder da alma através do qual as cartas são interpretadas. Quando a arte da adivinhação é interpretada por neuróticos ou pessoas de intenções indignas, ela passa por uma degeneração, de forma que o que foi antes um templo transforma-se num mercado vulgar onde os ladrões buscam o seu conteúdo sórdido e os vagabundos desperdiçam o seu tempo.

Não é sábio tentar os deuses. Somente quando as nossas mentes não conseguem aprender os assuntos mais sérios da nossa vida, de forma que somente a orientação mais elevada pode solucionar as nossas dúvidas e as nossas ansiedades, é aconselhável que recorramos aos ritos adivinhatórios do tarô. Em todos os assuntos comuns, o bom senso e a lógica são os juízes e os reguladores naturais, e somente aqueles temas que nem o bom senso e nem a razão podem resolver, deveriam tornar-se objetos para o exercício da elevada faculdade de adivinhação da alma".



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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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