Nem toda mãe sabe amar do jeito que você sonhou. Nem todo filho consegue retribuir como você esperava. E mesmo assim, ali está o elo. Invisível, mas eterno.
Mais antigo que o nome, mais forte que o tempo. Há mães que pariram com o corpo, mas não com o coração. E há filhos que vieram ao mundo carregando dores que não começaram nesta vida.
Alguns nascem para ensinar o amor. Outros para aprender o perdão. Entre mãe e filho, há sempre algo sagrado.
Mesmo quando há silêncio, distância, mágoa ou culpa. Mesmo quando o abraço não veio, ou veio tarde demais. Há algo invisível, uma linha de alma, um fio de luz que o tempo não corta.
Você pode não ter recebido o colo que precisava. Talvez tenha crescido tentando ser tudo aquilo que ela nunca foi. Talvez, agora, sinta que falhou como mãe, mesmo tendo dado tudo de si.
Mas o que há entre vocês é mais antigo que essa existência. É pacto de alma. É reencontro espiritual.
Às vezes, você é a mãe que precisava ser filha. Às vezes, é a filha que precisa aprender a acolher a mãe que pôde ser.
O Universo, em sua sabedoria silenciosa, permite reencontros disfarçados de conflitos. Permite que, no caos, floresçam reconciliações. Permite que, nesta vida, laços sejam reparados, antes que o tempo leve de volta o corpo que você conhece.
Talvez essa seja a última chance. Não para ter a mãe perfeita. Não para ter o filho ideal. Mas para liberar o que dói.
Para curar o que nunca foi dito. Para amar como se ainda houvesse tempo. Porque ainda há. Mas não por muito.
E o que ficar por dizer, se torna nó no coração. E alma que parte com nó, retorna para desfazê-lo.
Publicado em:
As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade do autor. O Site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços de terceiros, conforme termo de uso STUM.