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A Consciência do Existir

Atualizado dia 6/29/2015 5:59:20 PM em Autoconhecimento
por Verônica Dutenkefer


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“Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu,
Está tudo assim tão diferente...” (Renato Russo)

Embora adore essa música, confesso que eu não entendia esse trecho. Como assim, nada mudou e ficou tudo diferente?
Um dia conversando com meu enteado, ele me disse que não acreditava em vidas passadas. Eu acredito, mas respeitei a crença dele. Começou, então, a tocar uma música que fez sucesso há mais de 30 anos e brinquei com ele dizendo: “Como você não acredita em vidas passadas? Essa música surgiu quando eu tinha 15 anos. Era quando eu tinha uma outra vida”. E então demos risada.
E hoje, refletindo com “meus botões” fui recordando inúmeras vivências da minha infância, da minha adolescência, do início da vida adulta. E embora as vezes ainda hoje aja como uma criança, ou adolescente, vejo como tudo mudou. “Mudaram as estações... nada mudou... mas ficou tão diferente!”

Tenho o mesmo nome de minha avó paterna. Desde que eu me lembro, minha vó já era idosa e todos a chamavam de “Dona” Verônica. Ser chamada de “Dona” Verônica sempre me remete à figura idosa de minha querida avó. Essa não sou eu. Essa é minha avó. Hoje, apesar de ainda não ser idosa, já não sou mais jovem...e está ficando cada vez mais comum, me tratarem com: “Dona” Verônica. E a estranheza que esse tratamento me traz talvez sempre fará parte de mim.
Definitivamente mudaram as estações... apesar de ser Verônica, também sou “Dona” Verônica.

As vidas passadas numa mesma vida, afinal, é comum ouvirmos: “Nunca mais fui o(a) mesmo(a) depois de “X” ou “Y”.
Nunca mais fui a mesma depois que perdi o meu primeiro amor. Nunca mais fui a mesma depois que minha mãe e meu pai morreram. Nunca mais fui a mesma depois que comecei a dar aulas. Nunca mais fui a mesma depois que parei de dar aulas. Nunca mais fui a mesma depois que surgiu essa dor no meu corpo. Nunca mais fui a mesma depois que fui tocada pelo olhar amoroso do homem que eu amo e que é meu marido.
Nunca mais fui a mesma... por causa da dor e por causa do prazer, pois fui tocada pela “feiúra” e pela “beleza”, pela pobreza e pela abundância, pela companhia e pela solidão.
Somos a marca de nossas dores e dos nossos prazeres.

Quando me olho no espelho, às vezes consigo reconhecer a criança, a adolescente, a mulher, a filha, a esposa. Mas às vezes não me reconheço mais!
Falo assim sem saudade. Falo assim por saber. Se muito vale o já feito, mais vale o que será. E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir. Falo assim sem tristeza, falo por acreditar, que é cobrando o que fomos, que nós iremos crescer.” (Trecho da música O QUE FOI FEITO DE(VERA), de Milton Nascimento, Márcio Borges e Fernando Brant)
É justamente essa complexa dinâmica do existir que nos compõe.
Tentar ficar rigidamente fixados numa fase, ou numa persona é nos empobrecer.
É roubar de nós mesmos a consciência do existir.

Acredito que é necessário que cuidemos da verdadeira essência. Aquele algo misterioso que é forte o suficiente para nos manter vivos, apesar de tudo.
Então, pra finalizar, fecharei essa reflexão com as perguntas de um sábio ancião indígena:

“(...) Eu quero saber o que lhe sustenta internamente quando todo o resto desmorona.
Eu quero saber se você consegue ficar sozinho com você mesmo
E se realmente gosta da sua companhia nos momentos vazios. (Oriah, Ancião Índio)


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