Busque aquilo que não morre!
Atualizado dia 6/18/2017 3:09:38 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavarez
Parece um conto de Ariano Suassuna, pois lutamos com todas as nossas forças para nos apoderarmos de uma porca cheia de dinheiro e quando alcançamos nossos objetivos, percebemos decepcionados que as moedas guardadas em seu interior já não valem mais nada.
Assim é a nossa vida, despendemos recursos energéticos preciosíssimos na conquista de fumaças, pois tudo aquilo que mais valorizamos é impermanente e transitório. O homem ainda não aprendeu a buscar aquilo que não morre, insiste equivocadamente em continuar armazenando ventos e não acordou para o fato que as verdadeira conquistas são aquelas da própria alma.
Só aquilo que não morre deveria nos interessar. O que não morre é a única realidade a ser buscada e representa nossa essência eterna e perfeita, todo o resto são energias revestidas de significados e imantadas de carga afetiva. Não deveriam ter toda essa importância, pois são absolutamente irreais. Esse mundo de representações, como diria o filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, é feito de meras informações, nada mais, e elas surgem como paisagens em nossa experiência, portanto, não deveríamos valorizar tanto. Imaginem um rio que, ao invés de correr, ficasse parado observando a paisagem. Seria um desastre não é mesmo? Pois é justamente isso que fazemos, por isso convivemos com a dor e o sofrimento.
É preciso perder o apreço pelo mundo, abrir mão do interesse pela matéria e tirar o significado de tudo aquilo que é impermanente. É preciso entender a importância do desapego, pois tudo aquilo que dermos importância e valor irá nos escravizar. “Onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração” Mt 6:21.
Os antigos diziam àqueles que se apegam demais às suas posses: “Cuidado, caixão não tem gavetas!” e isso é a mais pura verdade. As únicas conquistas que seguirão conosco serão percebidas através do desenvolvimento das nossas virtudes, ou seja, quão mais virtuosos nos tornamos.
A vida promove uma lapidação natural no indivíduo para que ele, através de muitas experiências, manifeste a sua verdadeira natureza e possa expressar a sua perfeição. Estamos aqui para nos submetermos a esse processo de lapidação e, assim, desenvolvermos a humildade, a confiança, a alegria, a coragem, a perseverança, a serenidade e a renúncia. Tudo que poderemos levar conosco é justamente o quanto foi possível avançar nesse desenvolvimento.
Procure por aquilo que não morre e você irá encontrar-se. Enquanto você insistir em inflar a sua personalidade de importância e viver em busca de uma condição de grandeza e destaque, você estará no caminho errado. É preciso perder a vida para encontrá-la.
Aqueles que vivem uma vida de profundas realizações, experimentam o sucesso e fama, tornam-se ícones e marcam a experiência da vida com toda a intensidade possível, estejam certos, terão dificuldade de desvencilhar-se do passado. Na verdade, quanto mais profundas forem as nossa pegadas, mais trabalhos teremos para removê-las.
A lógica da realização é o oposto daquilo que imaginamos. Não se encontra a felicidade e plenitude enquanto estivermos carregados de desejos e necessidades, mas apenas quando todo o interesse pelo mundo desaparecer.
Tudo aquilo que precisamos conquistar já existe, está pronto dentro da gente, a nossa espera. Só precisamos aprender a ser o que já somos.
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