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CRIANÇAS ÍNDIGO - UM MERO ENSAIO

Atualizado dia 6/7/2007 11:43:33 AM em Autoconhecimento
por Christina Nunes


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O texto é mero ensaio sobre um tema cujo conteúdo é originado nos postulados de uma seita orientada pelas revelações de um ser extra-terrestre, Kryon, nos Estados Unidos - e já exaustivamente debatido e abordado por todo um universo de aficcionados, para adotá-lo ou rejeitá-lo; de modo que até então mantive o distanciamento de uma questão sobre a qual obtive poucos esclarecimentos e que, francamente, não me atraía - já que, a respeito dela, e obediente mais à linguagem da alma que a qualquer outra determinante, sempre experimentei uma espécie de mal estar.

Nos últimos dias, contudo, e tendo me caído nas mãos involuntariamente algumas informações de confrades lúcidos e idôneos no seu modo consciencioso de abordar o tema – (inclusive contendo estudos e reflexões preciosos do nosso valoroso e incontestável Herculano Pires!) tive plenamente justificada esta minha primeira impressão - diga-se de passagem, negativa! - do que envolve o problema das crianças índigo.

Volto a frisar que o artigo é apenas mais um, em meio ao vasto oceano de livros e de textos mais ou menos extensos publicados sobre isso na internet ou em revistas. Tal como vem se dando com o fenômeno de vendagem O Segredo, há toda uma corrente formada em torno da questão, pró ou contra, ou ainda a dos indiferentes, que sequer a acessam. Mas no que diz respeito ao Segredo há uma diferença: trata-se de uma tomada de consciência quanto a escolha de se adotar ou não certas posturas diante do enredo da vida que, quando não, se bem não produz, mal também não produzirá, já que o teor da mensagem é altamente positivo e benéfico ao universo íntimo humano, se devidamente compreendido e aplicado. E, a meu ver, não é o que acontece quanto ao assunto aqui abordado.

Preocupa-me um pouco esta estranha visão acerca de supostas gerações vindas ao mundo nas últimas décadas, a partir dos anos 70, cujo característico é uma aura azul que lhes identifica um perfil comportamental diversificado, e avesso aos parâmetros tradicionais da educação vigente nos tempos de hoje - leia-se nisso crianças que, em apresentando sérias dificuldades com qualquer expressão de autoridade ou premissa educativa, orientam-se exclusivamente segundo um suposto preparo que - alegam - já lhes é inerente, aportando a este mundo como seres especiais que "sabem o que fazer", e que não admitem que qualquer um, sobre isto, lhes diga. Porque, segundo consta nas revelações de Nancy Ann Tape, por exemplo - a primeira vidente que supostamente reconheceu a aura azul destas crianças, "Todas as crianças que mataram colegas de escola ou os próprios pais, com as quais pude ter contato, eram índigos(...)"

Além do mais é oportuna a menção a um veio subterrâneo milionário envolvendo palestras pagas, venda de souvenires, livros e outros, com seus autores como beneficiários diretos, como pano de fundo deste tema - repetição de versões semelhantes da mesma história outrora já presenciadas n’outras febres religiosas espalhadas ao redor do mundo.

Meus queridos leitores: os episódios mais sangrentos da história humana nos ensinaram com maestria aonde nos leva este tipo de teoria eugenista, de mutantes com superioridade genética. Já vimos antes este filme com outros rótulos, nos idos da Segunda Grande Guerra. Sob o peso desta herança, portanto, no mínimo torna-se temerário que, na fase ainda incipiente da vida, tais seres se vejam assim enervados com tais conceitos, passíveis de operar-lhes no ego imaturo uma lesão talvez que irreversível nas suas implicações imprevisíveis. Porque, uma vez convencidas da sua indiscutível superioridade "cósmica", "química", ou seja lá qual for a forma pela qual se vejam assim rotuladas - e em adotando em sua conduta o perfil condizente, do indivíduo que não tolera interferência nas suas decisões por supostamente vir dotado de uma imunidade comportamental incompreensível, que lhes autoriza agir sem peias, e segundo a sua questionável visão do que venha a ser o correto - um tal desconserto de tudo o que secularmente representa a universal lucidez educacional poderia nos conduzir a destinos talvez tenebrosos, a médio ou a longo prazo - para o caso de tais princípios serem adotados por pedagogos e pelos educadores do mundo de maneira massiva!

Ainda é preciso mencionar que, sob a ótica evolutiva, tal noção é, de si, discrepante. Fora de dúvida, há eqüanimidade e sabedoria nas leis que regem a evolução espiritual. E é pouco provável que, num flagrante desrespeito pelos infinitos degraus quiçá rudes e ainda incipientes com que a humanidade avança a passos gradativos no seu progresso íntimo, os Maiores das dimensões infindas do universo, de resto Mentores amoráveis dos destinos dos mundos, aquiescessem com um tal método fomentador, antes, de mais ríspidas dissensões na nossa humanidade involuída, do que de qualquer tipo de melhoria fundamentada na intercessão de uma extemporânea raça de seres ditos "especiais" que, a moda de super-heróis, aporta ao planeta para salvá-lo da perdição. Só que dotados, para isso, de um perfil flagrantemente contrário aos característicos de Amor uma vez ensinados no orbe por um homem que exemplificou não uma derrubada drástica de condicionamentos e de poderes estabelecidos - mas a mansuetude para, situado em patamar superior, respeitar o equilíbrio delicado da evolução espiritual porventura lenta e ainda truncada dos demais.

Evoco os exemplos anônimos e heróicos dos representantes dos Médicos Sem Fronteira e da Cruz Vermelha pelo mundo afora que, sem mesmo eventualmente se aterem na existência de suas auras, ou supostas cores das mesmas, vivem imbuídos em proporcionar reconforto e dignidade nas sarjetas e nas indigências presentes à farta nos repertórios humanos do nosso planeta - empregando o altruísmo, a caridade, o desprendimento, e toda a prática de uma visão avançada de um novo mundo e mentalidade totalmente despojada de rótulos e de referências elogiosas do ego - o único, real e maior impecilho do avanço evolutivo na alma humana, ainda nos dias de hoje, e em meio à esta Nova Era tão propalada em verso e prosa – que é o que, parece-me, robustece subrepticiamente o fôlego de toda esta temática, de mistura a uma boa dose de boa fé com temperos de ingenuidade e invigilância na hora de se adotar, de maneira um tanto precipitada, conceitos ditados por correntes espiritualistas estrangeiras e alheias ao bom senso critico ensinado pelos Espíritos na Codificação de Kardec, o sólido pilar seguro a qualquer tempo em que nos visitem os primeiros albores de consciência a respeito das realidades maiores da Vida!

Fica a reflexão: a geração especial é a que vem dotada desta força interior desenvolvida pelas vivências milenares, conferidoras desta sabedoria no trato com os ainda rudes estágios evolutivos de humanidades como a nossa, obscuras e inexpressivas no todo do panorama infindo do Cosmos; ou uma estranha leva de seres que baixa ao mundo rejeitando despoticamente os ritmos naturais da vida, e a aplicação da sensatez e da ponderação contrárias a qualquer expressão desastrosa de intemperança e de desgoverno, num desrespeito flagrante pelas limitações do seu próximo - que é o que o perfil comportamental destas supostas crianças índigo parece sugerir?

Lucilla, autora de Elysium, da Lumen Editorial
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Conteúdo desenvolvido por: Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
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