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ESTÍMULOS-SINAIS

Atualizado dia 4/20/2006 11:34:17 AM em Autoconhecimento
por João Carvalho Neto


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Existem determinadas doenças mentais que parecem surgir em uma época específica na vida de certas pessoas sem nenhuma explicação plausível. Causas aparentemente comuns estão presentes no aparelho psíquico de muitos indivíduos, mas nem sempre elas desencadeiam transtornos de comportamento, permanecendo latentes durante anos ou até uma vida toda. Como justificar tais diferenças? Certamente poderíamos enunciar algumas possibilidades significativas, variando principalmente de acordo com o referencial de corrente teórica que adotássemos. Contudo, existe uma ciência que vem crescendo e trazendo algumas contribuições nesse sentido e que, por sua condição inovadora, merecem uma especial atenção.

Falamos da Etologia, um ramo da ciência que estuda a natureza das coisas e o comportamento das espécies animais. A proposta dos etologistas vem sendo estudar as condições propiciadoras e inibidoras para a manifestação de instintos básicos em animais. O resultado dessas pesquisas está apontando que existem “estímulos-sinais” que iniciam ou terminam determinados comportamentos, chamados de detonadores e supressores sociais. Os etologistas comprovaram que situações específicas do ambiente onde se encontram esses animais fazem despertar a ação de certos instintos básicos que passam a apresentar tipos diferentes de comportamentos.

Isso parece indicar que algumas mudanças bruscas que surgem no comportamento humano podem ter sido deflagradas por “estímulos-sinais” detonadores, e outras vêm a se extinguir por “estímulos-sinais” supressores. Essas conclusões têm grande importância no que toca aos processos de educação, em que mesmo diante de uma orientação adequada e bem orientada, algumas crianças apresentam atitudes incompatíveis com o meio familiar em que foram criadas, sem que se encontre explicações razoáveis nas condições do seu desenvolvimento. Isso poderia estar acontecendo por predisposições inatas, muitas vezes herdadas geneticamente ou oriundas de vidas passadas e que seriam iniciadas por algum fato significativo percebido quase sempre pela via inconsciente.

Outras crianças crescem com influências inadequadas à sua inserção social, manifestam tendências anti-sociais durante a infância e, mais tarde, passam a assumir comportamentos ajustados socialmente. Possivelmente também algum fato significativo teria interrompido a ação dos instintos que governavam os comportamentos anteriores.
Claro que tais hipóteses de trabalho não se aplicam à generalidade dos casos, ainda que possam estar presentes em muitos deles e até concomitantemente com outras causas. Contudo, vale salientar que os “estímulos-sinais” não precisariam vir especificamente da realidade social, mas também da realidade espiritual. Isso explicaria porque determinados processos de influências de individualidades espirituais – provocados pelas chamadas Presenças em Terapia de Vidas Passadas – são capazes de alterar o comportamento de pessoas que lhes sofrem o assédio. Muitas delas pareciam ter atitudes pacíficas e tornam-se agressivas, outras eram equilibradas e tornam-se viciosas, causando espanto naqueles que com elas conviviam.

O mais interessante é que, adotando-se essa explicação para algumas dessas situações, vamos ter que admitir que a causa da mudança não está no elemento deflagrador mas nos distúrbios do aparelho psíquico que permaneciam latentes, sem se manifestar, mas nem por isso sadios. O que o “detonador social” fez foi abrir as “válvulas de escape” de uma mente doente, que somente ainda não tinha manifestado os seus sintomas. Dessa forma entende-se porque um primeiro gole pode desencadear o alcoolismo; porque uma festa com um clima vicioso ou a presença em lugares de ambiência psíquica perturbada podem iniciar mudanças drásticas de comportamento, principalmente em adolescentes e jovens que se encontram com a personalidade em término de formação.

Será possível evitarmos a exposição a esses “estímulos-sinais”? Claro que não. Eles podem estar fazendo parte de qualquer lugar onde estivermos. Contudo, vale estar atento aos ambientes que freqüentamos, como também observar precocemente a instalação das mudanças de comportamento, a fim de que sejam administradas as medidas terapêuticas imediatas, antes que as mudanças se enraízem no aparelho psíquico, criando condicionamentos que se fixam por tempo duradouro.

Mas, antes de se lamentar, é preciso lembrar que a doença mental sempre se instala por conteúdos psíquicos próprios do indivíduo que sustentam o seu desenvolvimento e, em última análise, quando ela aparece, estaremos tratando de algo que já estava presente, mas apenas encoberto.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor do livro "Psicanálise da alma"

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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