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MEDIUNIDADE SEM DOGMAS E RÓTULOS HUMANOS I

Atualizado dia 8/17/2006 7:30:34 PM em Autoconhecimento
por Jorge Menezes


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É difícil falar em religião quando ainda subsistem dogmas, preconceitos e donos da verdade. A lição deste texto não é dirigida a espiritualistas esclarecidos que, praticando e honrando sua forma de religião, não deixam de entender e valorizar outros credos, porque sabem que, acima das vaidades pessoais, deveria estar o crescimento das pessoas e a evolução do planeta, causas pelas quais todos deveríamos trabalhar.

Em nosso país, pela organização e pela rigidez disciplinar imposta às casas kardecistas por sua própria Federação, os trabalhos espíritas são mantidos dentro de um limite seguro no campo das manifestações. Trabalhando com o modelo traçado por Kardec para o desenvolvimento da mediunidade, acreditam que se torna mais fácil impedir que médiuns deslumbrados enveredem pelo perigoso caminho das mistificações anímicas (aquelas em que o médium não sabe que está mistificando). Por isso, o passe kardecista, no qual não ocorre incorporação, é um passe magnético dado pelo médium que se prepara para isso nos cursos de formação de passistas.

Na umbanda, a manifestação de um espírito não se restringe apenas à utilização do aparelho fonador do médium, como acontece no kardecismo (mediunidade de psicofonia). O espírito se manifesta, utilizando também outras partes do corpo físico do médium. É preciso, então, que o médium conceda ao espírito uma maior entrega e abertura, dando margem ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação consciente e inconsciente, onde todo o corpo acaba se tornando veículo para a comunicação espiritual.

Grande falha entre os kardecistas ocorre quando seus praticantes, agindo de forma egóica, sentem-se “donos da verdade”, desclassificando qualquer outro trabalho que fuja dos moldes regulados pela Federação Espírita. Passam a definir outras manifestações como sendo oriundas de espíritos atrasados e justificam suas afirmações, dizendo que estes espíritos ainda precisam de “muletas” como cigarros, guias, velas, oferendas, etc. Desconhecem inclusive que espíritos de luz, como pretos-velhos, por exemplo, para que possam trabalhar, ajudando em seus trabalhos de mesa, tomam a forma de médicos, como único meio de poderem se manifestar nos centros espíritas. Afinal, todo preto-velho que incorpora nas casas de Umbanda já teve encarnação como médico na Terra. Haja vista o grande conhecimento que trazem no campo da saúde humana. Estes espíritos, na Umbanda, pela forma da mediunidade trabalhada, encontram maior liberdade de expressão e pregam, pela roupagem de preto-velho, a importância que deve ser dada à humildade e ensinam que não deve haver preconceito com relação à qualquer trabalho que se dedique ao bem.

Todavia, não é só em casas kardecistas que preconceitos existem. Na própria Umbanda, há uma forma de organização que, preconceituosamente, considera atrasadas as falanges de Ciganos e de outros espíritos, permitindo exclusivamente a incorporação de Caboclos, Preto-velhos e Cosmes.

Existem semelhanças entre a Umbanda e o trabalho do Povo Cigano: utilizam mais do que o aparelho fonador do médium para a manifestação do espírito, trabalham na bandeira do bem, não sacrificam animais de qualquer espécie e trabalham com os elementos da Terra para auxiliar os seres humanos em suas questões. Mesmo assim, são raríssimos os trabalhos com Ciganos Ori Ori, porque, via de regra, estes espíritos não conseguem espaço na maioria das casas para trabalhar.

Cumpre salientar que Cigano não é Exu e que um verdadeiro Espírito Cigano tem personalidade para trabalhar em qualquer nível de energia sem participar de rituais não condizentes com os princípios das Falanges do Oriente, quais sejam: não praticar sacrifícios de animais, não praticar o mal, entre outros. Caso ocorra mistura inconveniente, esta fica por conta da falta de doutrina do médium que, mal orientado e sem saber das conseqüências de se submeter a rituais que envolvem sangue, se submetem aos ditames do chefe espiritual da casa. Se o médium é doutrinado, mas tem personalidade fraca, também corre o risco de se deixar envolver por trabalhos que não condizem com as próprias necessidades e com as necessidades de seu espírito protetor. Se o médium se corrompe, o espírito se afasta.

Não podemos confundir os espíritos ciganos com os ciganos que encontramos nas ruas e nem confundir os ciganos das ruas com todo o povo cigano encarnado, pois, entre os povos, sempre há uma minoria delinquente, como é o caso das ciganas que enganam pessoas nas ruas, inclusive realizando pequenos furtos.

Se nos trabalhos de Umbanda os dirigentes fossem mais seguros e menos rígidos ou conservadores, seus trabalhos não se arrastariam, muitas vezes, por anos e anos com a escassa doutrina oferecida, queixa constantes dos médiuns mais esclarecidos. Se abrissem seus trabalhos de Umbanda para a manifestação de verdadeiros espíritos ciganos, muito progresso obteriam no campo da orientação doutrinária, pois essa é uma importante característica destes espíritos. Costumam trazer importantes atualizações no campo científico doutrinário por terem a sabedoria da estrada. Para o plano espiritual não existem equipes preferidas, mas sim grupos de pessoas que, sendo responsáveis por seus meios de segurança, devem receber toda informação necessária ao avanço dos estudos quanto aos dons da mediunidade e da evolução da doutrina.

É justificável preservar a forma dos trabalhos em função do tipo de pessoa que procura a casa. O que não tem justificativa é estabelecer comparações do tipo “os espíritos que trabalham em minha casa são mais evoluídos do que os outros”. Ainda se admite que a assistência - aquelas pessoas que procuram as casas em busca de passe, apoio e conforto - ignore fatos e se impressione com diferentes tipos de incorporação, mas é atestado de atraso espiritual de dirigentes e de médiuns afirmar que há trabalhos melhores e piores. É obrigação de todo dirigente de casa esclarecer seu corpo mediúnico a respeito da importância de todos os trabalhos e da nobre função de cada um para o desenvolvimento das pessoas que o freqüentam e de toda a humanidade, e que um bom trabalho mediúnico nunca prejudicará qualquer pessoa.Este artigo continua na parte II

Um grande abraço.
Jorge Menezes
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