Mindfulness, o que é isso?
Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/11/2025 11:47:26 AM
Percepção: eis o que nos falta - simplesmente, percepção!
Ocupados com os enredos mentais, seguimos a vida no modo automático. Nossas ações carecem da nossa presença; nossos sentidos funcionam de forma superficial, sem a profundidade que poderiam emprestar às experiências que vivemos. Tudo isso, é claro, por estarmos imersos no jogo da mente.
A mente cria nossa realidade. Os pensamentos se sucedem de forma hipnótica e, sem perceber, a vida passa - sem a nossa presença.
Muitos chegam ao final da vida e dizem: "Nossa, passou tão rápido...". É óbvio: não estavam presentes enquanto viviam. Inadvertidamente, ficaram presos em uma instância ilusória, seguindo os roteiros dos próprios pensamentos.
O que fazer para mudar isso?
Minha recomendação é a prática do mindfulness - essa técnica milenar, com raízes no budismo, nos ensina a assumir a posição de espectadores de nós mesmos.
Funciona assim: todo pensamento surge a partir de uma emoção - seja ela de espanto, desejo, raiva, medo... qualquer emoção pode servir de combustível para uma fogueira de pensamentos. Mas o que são, afinal, as emoções? Onde está essa fonte?
As emoções têm origem nas impressões deixadas por experiências passadas. Todo evento que foi carregado de emoção permanece vivo em nosso mundo interior. Nossas culpas, remorsos, traumas, revoltas - tudo aquilo que foi intensamente sentido permanece como um "combustível emocional".
O mundo das formas - isto é, o mundo externo captado pelos sentidos - é um campo de informações que se conecta com esse material interno e aciona respostas emocionais. Os pensamentos são criados a partir do que percebemos, tanto fora quanto dentro de nós, e são construídos com a argila dessas emoções. É preciso haver um certo envolvimento com essas formas para que as emoções disparem os enredos mentais.
Mindfulness é, basicamente, a prática de não se envolver emocionalmente com essas formas, sejam elas quais forem. É o momento em que nos colocamos em silêncio, como meros espectadores do que se apresenta. Trata-se de observar os objetos mentais como nuvens passageiras, que surgem e se dissolvem diante dos nossos sentidos - sem apego, sem rejeição, sem importância.
O desinteresse, o desapego, a desimportância que damos àquilo que presenciamos fará com que não sejamos afetados pela experiência. Mas a compreensão disso, com certeza, é algo que está distante da maioria, pois, no nível mental e consciencial em que se encontra a humanidade, juntamente com a crença predominante de que somos os próprios pensamentos e as próprias emoções, cria-se essa identificação com as formas - e isso está na raiz de todo o sofrimento humano.
Despertar para a percepção é, portanto, mais do que um exercício mental - é um ato de reconexão com a própria existência. Quando compreendemos que não somos os pensamentos nem as emoções, mas a consciência capaz de observá-los, damos o primeiro passo rumo à verdadeira liberdade interior.
Mindfulness não é uma fuga da vida, mas um retorno genuíno a ela. É o resgate da presença, da inteireza e da clareza que nos permite viver com mais lucidez, menos reatividade e maior profundidade. Nesse estado de presença silenciosa, a vida deixa de ser apenas uma sequência de eventos e passa a ser, de fato, vivida.
A chave para uma existência mais leve, mais consciente e menos sofrida está em algo tão simples - e ao mesmo tempo tão revolucionário - quanto estar aqui, agora, por inteiro.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conhe�a meu artigos: Terapeuta Hol�stico, Palestrante, Psicap�metra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (s� para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
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