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Mito JACINTO - Pequena Reflexão

Atualizado dia 6/14/2007 11:46:42 AM em Autoconhecimento
por Academia Mental


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Questionamentos:
1)O que é a amizade?
2)O que impede a união dos interesses?

"Jacinto era um desses jovens eleitos dos deuses. Diz a lenda que ele nasceu em Esparta, era filho de Clio, uma das musas, e de um mortal a quem ela se uniu. Da mãe, ou do pai, ou dos próprios deuses recebera o dom da beleza. Ocorreu, certo dia, que Apolo, enquanto conduzia sua carruagem na abóbada celeste cujo domínio era todo seu, viu o jovem. Jacinto, além de admiravelmente belo e pleno de encanto, era também musculoso e forte como um pinheiro esbelto do Monte Olimpo.

Quando Apolo falou com Jacinto achou que seu rosto não mentia o que seu coração trazia. O deus percebeu com alegria que tinha encontrado, enfim, o companheiro perfeito, o audaz e sempre jovial companheiro que, com ânimo sempre disposto, estava pronto a reunir-se a ele. Se Apolo desejasse caçar, com um grito festivo Jacinto chamava os cães. O grande deus queria pescar, Jacinto estava pronto para preparar as redes e lançar-se entusiasmado na nobre ocupação de pesca dos peixes. Se Apolo desejasse subir aos cumes ermos das montanhas, onde nem mesmo o bater de asas das águias quebrava a constante quietude, Jacinto estava pronto para o acompanhar. E quando no topo da montanha Apolo fitava em silêncio o espaço infinito, Jacinto partilhava com o amigo a mesma contemplação. Se Apolo punha-se a tocar a lira, o jovem deitava-se a seus pés e ouvia silencioso a música perfeita que o deus criava.

Todavia, não era apenas Apolo que desejava a amizade de Jacinto. Zéfiro, o Vento Oeste, que o conhecera antes que o deus atravessasse seu caminho, tinha ansiosamente desejado tê-lo como amigo. Mas quem podia se colocar contra Apolo? Contrariado, Zéfiro notou aquela amizade sempre perfeita e em seu coração despeitado o ódio cresceu e lhe sussurrava ânsias de vingança.

Jacinto se distinguia em todos os esportes e para Apolo, que amava todas as coisas belas, era uma completa alegria vê-lo se preparar para lançar o disco: os músculos tensos, o porte harmônico faziam-no assemelhar-se a Hermes, pronto para repelir o chão embaraçoso sob os pés. Ele podia lançar o disco mais longe até mesmo que o deus seu amigo, e o riso jubiloso que exprimia quando bem-sucedido fazia o deus sentir que homem algum nem os deuses podiam possuir tamanha doçura.

Veio o dia, predeterminado pelo Destino, em que os dois amigos jogavam juntos uma partida. Jacinto fez um primoroso arremesso. Apolo tomou posição e lançou o disco alto e longe. O jovem correu adiante ansioso para medir a distância, gritando excitado com o lançamento, verdadeiramente o lance primoroso de um deus. Foi então que Zéfiro obteve sua oportunidade. De sobre as árvores veio prontamente o murmúrio do Vento Oeste e golpeou o disco de Apolo que voou com ímpeto contra a fronte de Jacinto. Partiu os cachos de cabelos que lhe caíam sobre o rosto, atravessou a pele, as carnes e os ossos e o derrubou ao solo. Apolo correu, levantou-o nos braços, mas a cabeça do jovem tombou sem vida sobre os ombros do deus.

“Se eu pudesse morrer por ti, Jacinto!”, clamou Apolo. “Despojei-te de tua juventude. O sofrimento é teu, o crime é meu. Cantarei para ti sempre, ó amigo perfeito! Tu viverás eternamente como uma flor que aos corações dos homens falará da primavera e da juventude eterna”. Enquanto falava a seus pés brotava, das gotas de sangue, um cacho de flores azuis como o céu na primavera, embora pendessem as pétalas como se em estado de dor.

Ainda hoje, quando o inverno chega ao fim e o canto dos pássaros anuncia a primavera, encontramos nos bosques os sinais do juramento do deus-sol. Os lariços, como dríades esbeltas, ostentam uma vestimenta emplumada de folhagens suaves e sob as árvores as prímulas olham para cima, como estrelas caídas. Indo pelas trilhas pisamos sobre as folhas finas e perfumadas dos pinheiros e das faias do ano passado que ainda não perderam o seu âmbar radiante; na curva, o deus-sol penetra subitamente entre os galhos das árvores, e ante nós estende-se um canteiro de um raro azul, que parece viver e mover-se entre a luz e as sombras.

À medida que contemplamos, vemos o sol tocar as pequenas flores em forma de campânula do jacinto silvestre, o Vento Oeste passar sobre elas e movê-las docemente. Assim, Jacinto continua vivendo; assim, Apolo e Zéfiro ainda amam e choram o amigo.

Questionamentos e Reflexões:
1) O que é a amizade?
É a união de interesses.
2) O que impede a união dos interesses?
O desejo de ter a posse, que significa dividir.

Comentários:
Nesse mito fica claro que o sentimento de posse está relacionado com a divisão e não com a soma e a união. Quando queremos nos relacionar com o outro em busca da posse, não enxergamos o outro com vida própria e ele passa a ser um objeto de desejo. Com isso estamos fadados a ficar sem nada. Quando existe um verdadeiro relacionamento ele pode ser compartilhado com todos sem nos ameaçar. Assim, no mito, Jacinto se transforma numa possibilidade de acesso a todos.

Texto revisado por Cris

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