O observador é o observado




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 22/10/2025 08:33:34
O observador é o observado, já dizia Krishnamurti.
Mas o que ele quis dizer com isso?
À primeira vista, parece difícil compreender que aquilo que observamos, na verdade, faz parte de nós mesmos - que não há separação real entre o sujeito e o objeto. Significa reconhecer que o ser e o todo são uma única realidade, expressões diferentes da mesma unidade essencial.
Na verdade, Krishnamurti não trouxe algo inteiramente novo. Esse entendimento da realidade já havia sido proclamado pelo Advaita Vedanta, está presente no Taoísmo, no Budismo e até no Cristianismo primitivo.
Curiosamente, até a física quântica parece apontar na mesma direção. O experimento da dupla fenda e o efeito Zenão quântico, por exemplo, revelam - por meio de observações e medições - que o simples ato de observar interfere no comportamento da matéria. No caso do efeito Zenão, quando um sistema é observado continuamente, sua evolução é literalmente "congelada".
Quando Jesus disse: "Eu e o Pai somos um", acredito que estava expressando essa mesma percepção - a de que não existe separação entre o homem (eu) e a própria natureza (o Pai).
Mas por que a mente humana criou essa separação? Por que passamos a enxergar o mundo de forma dual? Seria isso reflexo do estágio de consciência em que ainda nos encontramos?
São perguntas que só podem ser respondidas quando empreendermos uma profunda desconstrução de conceitos sobre a realidade. Enquanto analisarmos a vida sob uma perspectiva fragmentada, cartesiana, baseada em pressupostos antigos e limitados sobre nós mesmos, será quase impossível aceitar essa visão de unidade.
O pensamento oriental está muito mais avançado nesse entendimento.
A ideia de que todos somos Brahman, de que tudo é expressão do divino, parece estar cada vez mais próxima da compreensão humana.
"Amar ao próximo como a si mesmo", portanto, é exatamente isso: amar a si mesmo. É o amor atuando como o amálgama do nosso processo de despertar.
E "amar a Deus sobre todas as coisas" é amar tudo, uma vez que Deus é tudo.
Devemos amar cada objeto, cada ser, cada pessoa - amar a nós mesmos, enfim, amar tudo o que vibra, pois tudo é Deus.
Esse pensamente instaurado na humanidade transformaria o planeta em um sétimo céu, pois não haveria motivo ou espaço para guerras, disputas, conflitos, preconceitos, diferenças, as pessoas deixariam sua trincheiras ideológicas, sociais, políticas, culturais, o Todo seria orgânico, integrado, o pensamento linear daria lugar ao pensamento sistêmico, tudo se ajustaria dentro do mesmo objetivo: estarmos alinhados aos princípios dessa Natureza.
Pode parecer utópico, infantil, romântico, enfim, é muito fácil desqualificar essa visão, adjetivos não faltariam, mas, assim como arrancar flores não impediriam a vinda da primavera, colocar-se contra essa tendência evolutiva não poderá impedir que o óbvio (mesmo que para muitos não seja), se concretize.
Isso talvez explique o que Jesus quis dizer com aquela máxima sobre o futuro: "...haverá um só rebanho e um só Pastor".
Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |





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