Os desejos são o motor do mundo ilusório

Os desejos são o motor do mundo ilusório
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Autor Paulo Tavarez

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/24/2025 3:44:47 PM


Não há nada que possamos realmente fazer — e, afinal, quem somos nós? Quem é esse "fazedor" que achamos ser? Quando nos olhamos com sinceridade, percebemos o quanto estamos presos à ideia de controle, acreditando que temos domínio sobre a vida. Vivemos em uma busca frenética por um significado para a existência, sem perceber que isso é desnecessário. Aquilo que sonhamos em nos tornar... já somos. Apenas ainda não percebemos.

E não tem funcionado. Chega um momento em que precisamos entender: nosso papel aqui não é comandar nada, mas sim participar, testemunhar, aceitar e nos entregar ao que já está sendo feito — sem resistência. O que acontece é sempre o melhor, mesmo que nossos julgamentos digam o contrário. Nada está contra nós.

Essas palavras não são absurdas. Mas para compreendê-las, é necessário um giro profundo na forma como vemos a realidade. A vida segue uma lógica maior, que ainda não conseguimos captar — e sofremos por isso.

Deus não escreve certo por linhas tortas. Deus escreve certo por linhas certas. É a nossa visão que ainda está distorcida. Toda vez que tentamos interferir, atrapalhamos. Criamos confusão e passamos anos tentando desfazê-la. Por quê? Porque ainda não percebemos que o maior obstáculo somos nós mesmos. E se deixássemos a própria Vida conduzir? Um dia entenderemos: nós somos essa Vida.

Nunca estivemos no controle. Mas as nossas demandas internas — essas, sim — moldam as experiências que vivemos. Demandas que vêm de feridas mal curadas, de experiências não digeridas, ainda carregadas de emoção. Elas emergem de dentro de nós, de um lugar profundo e inconsciente, e atuam com uma força que está além da nossa vontade.

Reconhecer que nada depende de nós é uma libertação imensa. Porque, na maioria das vezes, quando assumimos o controle, as coisas desandam. Não somos nós que conduzimos — são nossos desejos. E esses desejos representam um falso eu, uma ilusão. São eles que nos prendem numa existência vazia, como cavalos correndo atrás de uma cenoura inatingível.

Os desejos são o motor do mundo ilusório — Maya. Mas a verdade é que não precisamos desejar nada. O que nos falta, afinal? Se já somos eternos, conscientes e plenos, o que mais precisamos? Só nos resta assumir nossa Verdadeira Natureza — foi para isso que viemos. A vida não é para nos transformar em algo, mas para nos lembrar do que já somos.

Jesus dizia: "O espírito está pronto, mas a carne é fraca." O que ele queria dizer senão que já estamos prontos? Não há o que melhorar — apenas nos desvencilhar da influência da carne, do ego, da identificação com o corpo, os desejos e as necessidades ilusórias. Para isso, precisamos nos desapegar dos sonhos, das vitórias, das conquistas — mesmo das que parecem nobres. Precisamos perder o interesse pelo mundo, para então transcendê-lo.

Felizes são os que sofrem — pois são os primeiros a se desiludir desse mundo falso. O sofrimento, por mais duro que seja, nos liberta. O prazer, ao contrário, nos prende. Tudo o que valorizamos demais acaba por nos dominar. Os desejos nos deixam ansiosos, inquietos, e nos mergulham em frustração, ódio e revolta.

Sabemos que poucos compreenderão a profundidade disso. Poucos estão prontos para ouvir, ou para ver. Mas a semente está plantada. E temos sempre uma escolha: continuar presos à ilusão, apaixonados por um mundo passageiro — ou acordar e nos tornarmos aquilo que viemos ser. Como disse Nietzsche: "Torna-te quem tu és."

Desejar nada. Fazer nada. Ser nada. A partir daí, tudo se revela. Quando estamos em paz, tudo se alinha. Mas enquanto estivermos mergulhados na escuridão da ignorância, só atrairemos dor. Todo desejo gera sofrimento. Quanto mais desejarmos, mais sofreremos. E toda ação deveria ser, acima de tudo, um ato de amor — pois só o amor dissolve os pesos da alma.

Sempre que nos inflamos de importância, a Vida se encarrega de nos mostrar quem somos de verdade. Jesus ensinava: "Aquele que se exalta será humilhado". Isso não é apenas uma frase perdida nas Escrituras — é uma lei da existência. Um lembrete de que, enquanto quisermos ser grandes, ainda não entendemos nada.
Texto Revisado

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Autor Paulo Tavarez   
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