QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR...




Autor Willes S. Geaquinto
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/26/2025 11:56:17 AM
Para quem não sabe esse é o título de uma bela canção interpretada por Milton Nascimento, composição dos irmãos Borges, a qual convido-os a ouvir e refletir. A verdade é que o amor propriamente dito possui várias facetas. O ser humano, na ignorância que lhe é própria, enquanto não evolui, confunde ou distorce o significado desse "sentimento" que em sua mais profunda acepção é na verdade um valor que quando cultivado com elevação aloja-se na alma. Sendo assim, o amor não é algo carnal, material, já que transcende os limites existenciais.
Aí alguém dirá que o amor existe em diferentes formas, não discordo. Talvez observar sob esse prisma facilite mais o seu entendimento. Porém, entendo que esse fracionamento é coisa daqueles que ainda não compreenderam que existe uma fonte única de amor dentro de cada indivíduo e que ele só se fracciona ou se diversifica em relação ao objeto que é amado ou da forma como é expresso. Em tratando-se de relacionamentos ditos amorosos, por exemplo, muita gente confunde amor com paixão sentimentos que não se assemelham. Paixão é uma espécie de sentimento ou vínculo irracional, desmedido; às vezes obsessivo. Por outro lado, é salutar compreender que trazer à tona o amor de dentro de si não é tarefa fácil dada ao indivíduo imaturo, já que a vida com todas as suas dificuldades, intempéries, complexidades e outras tantas variáveis dificulta esse fazer. Porém, sejam quais forem as dificuldades cabe-nos transpô-las com esmero e dedicação, já que a vida nos propicia a todo tempo e lugar oportunidades para fazer germinar no íntimo da nossa alma a verdadeira semente do amor.
Ao longo do tempo nós fomos educados ou deseducados sobre o real significado do amor, não por falta de referências, mas, por distorções ou interpretações próprias do não saber e, também pela ausência de apuro em observar, absorver e analisar emoções, sentimentos e elementos assemelhados. Quando Cristo em suas prédicas sugeriu que devíamos "amar aos nossos inimigos", isso suscitou e suscita até hoje perplexidade, já que a ideia mais fácil de ser compreendida é que devíamos amar aos nossos iguais, ou àqueles que nos retribuem com o mesmo sentimento ou que possuem os mesmos valores ou convicção. Ocorre, que se pensarmos assim então teremos uma espécie de amor excludente, onde não haveria lugar, por exemplo, para a compaixão.
Lembrem-se que esta não é uma reflexão ou tentativa de exprimir uma verdade definitiva sobre o tema, inda mais porque vivemos um tempo de muitas falsas verdades. Sendo assim, baseado no pouco que conheço e experenciei, trago à baila, de modo abreviado, duas formas de amor; o amor incondicional que é aquele a que me referi que se aloja na alma, e o amor condicional aquele que sugere alguma compensação ou pré-requisito para dá-lo ou oferta-lo.
O amor foi tema constante na filosofia grega, onde foram abordadas várias formas um tanto distintas de amor. Platão em sua obra Banquete discorre sobre três formas de amor que a seu entendimento englobaria certos aspectos da experiência humana: Eros, Philia e Ágape. Eros que, baseado no desejo, impulsionaria o indivíduo em direção ao belo, prazeroso e/ou virtuoso; Philia seria o amor baseado na amizade, reciprocidade, solidariedade, elementos essenciais para a edificação de vínculos sociais e comunitários; Ágape seria o que já denominei como amor incondicional, altruísta e livre de interesses pessoais, algo próximo do conceito de amor cristão. Aristóteles ainda acrescentou o amor Filos, que estaria vinculado à alegria.
Algo que gosto de abordar quando trato deste assunto também em palestras é que hoje, mais do que outrora, a humanidade como um todo está mergulhada na ausência de amor, na falta de afeto, empatia, compaixão e outros tantos valores e fazeres benignos e construtivos. Sendo assim, creio que ainda há tempo de revermos ou ressignificar paradigmas e conceitos sobre o que seja amor. Enfim, não basta parecer amor, tem que ser amor, ou como sugere a letra da canção, o amor como "estrada de fazer o sonho acontecer".









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Willes S. Geaquinto Willes S. Geaquinto - Psicanalista,Psicoterapeuta, Consultor Motivacional. Trabalha com a Terapia do Renascimento promovendo o resgate da autoestima, o equilíbrio emocional e solução de transtornos, fobias,etc... Palestras e Cursos Motivacionais(relação de palestras no site). Contato: (35) 99917-6943 site: www.viverconsciente.com.b E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |