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Relacionar-se através da moral ou da ética? Quem dá mais?

Atualizado dia 4/29/2007 12:04:34 AM em Autoconhecimento
por João Caçador Neto


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Será que quando avaliamos nossas relações com as pessoas usamos como referência a moral ou a ética? Será que sabemos diferenciar as duas posturas? São sutis diferenças que podem ter grande influência para um tratamento correto e mais feliz em nossas relações.

A ética possui um foco muito claro no conceito entre o bem e o mal e os resultados subseqüentes das ações praticadas, enquanto a moral baseia-se em regras pré-estabelecidas num contexto social. Veremos, então, como nos posicionamos e refletiremos sobre qual conceito nos parece mais justo para compartilhar em nossas relações.

Que tal passarmos antes pela definição de cada conceito? Então, segundo o Aurélio:
Ética, do Latim, ethica. - Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Moral, do Latim, morale. - Conjunto de regras consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.

É no mínimo curioso como esses conceitos são intensamente proferidos em nosso meio e completamente desprovidos de coerência. Muitas vezes assimilamos tais conceitos e, o pior, os praticamos sem refletirmos. Antes de tudo, se analisarmos as definições fica claro que ações moralmente aceitas podem ser eticamente incorretas e ações eticamente perfeitas podem ser julgadas como imorais. Isso seria possível? Sim! Como se dá isso?

Um exemplo polêmico... e passível de reflexão. A prostituição é tratada na grande maioria das culturas como uma conduta imoral. A mulher vende seu corpo para obter recursos para conseguir bens de consumo supérfluos ditados por uma sociedade, onde só quem os possui é vencedor (carros do ano, vestuário de grife, etc). Entretanto ela pode estar se vendendo para manter uma mãe doente ou para tentar educar um filho... quem sabe?

Observamos que um ato relaciona-se diretamente com a satisfação pessoal enquanto o outro, com o senso de preservação do próximo. Não vamos entrar no mérito das possibilidades, mas apenas do ato em si. Ser uma prostituta é moralmente incorreto em ambos os casos, mas a motivação para o ato seria ética ou não? No segundo caso, ela estaria fazendo um bem ou um mal? Moralmente estaria agindo mal, mas eticamente... Seria fácil jogar algumas pedras?

Imaginemos agora uma profissional (o sexo não vem ao caso, fiquem à vontade) bem sucedida. A mulher atinge uma grande evolução dentro de uma empresa, o que dentro de nossa sociedade isso é muito bem aceito. Claro! Afinal, o sucesso é palavra-chave dentro de nosso meio social e pessoas bem sucedidas são moralmente bem aceitas e habitam o universo de desejo de muitos.

Agora observe: essa mulher atinge esse posto com muito esforço pessoal e muita dedicação. Mas ela poderia usar de subterfúgios como beleza, esperteza, armadilhas, jogos de guerra (qualquer semelhança com os “big brothers” seria mera coincidência). Ser uma mulher bem sucedida é moralmente correto em nossa sociedade, mas os mecanismos que a levaram até seu objetivo fariam diferença? Ela estaria sendo ética ou não?

Moral ou ética... ainda temos dúvida?

Como vimos pelos exemplos acima, de acordo com o que trazemos como base ao nos relacionarmos com o nosso meio social ou o próximo, como queiram, atos considerados imorais, fora das regras, podem, na sua essência, refletir de alguma forma mesmo que sutilmente, o bem. Em contrapartida podemos estar dentro das regras morais de uma sociedade e estarmos agindo contra o princípio do bem universal.

E qual a sensação que promove o estado da felicidade? Agir eticamente me parece a resposta, pois é através dela que se desenvolve o conceito do amor universal. Aquilo que nos dói e machuca em nosso mais profundo ser, acontece para todos e em qualquer lugar. E o que nos deixa felizes assim também acontece...

Um pequeno detalhe sobre o primeiro exemplo: para algumas culturas a prostituição faz parte do contexto social e é até assistida pelo estado, enquanto em outras a pena é a execução. A dor de uma mulher que se vende, no entanto, é a mesma se avaliarmos a profundidade de seu ser.

Concluindo, ao percebermos nossa interação com o próximo, se temos como base a ética, poderemos contribuir construtivamente para tentarmos diminuir a dor de muitos atos considerados imorais, enquanto se levarmos sob a ótica da moral poderemos “executar” as pessoas injustamente, não dando a elas a legítima possibilidade de serem acolhidas em sua essência, no acalento da compaixão.

Abraços.

Texto revisado por Cris

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