TODO JULGAMENTO É UMA CONFISSÃO: UM OLHAR PSICANALÍTICO, PSICOLÓGICO E TRANSPESSOAL

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Autor Dalton Campos Roque

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/20/2025 1:15:59 PM





A máxima "todo julgamento é uma confissão" ecoa nos corredores do pensamento humano, sugerindo que o ato de julgar o outro revela mais sobre quem julga do que sobre o julgado. Esta premissa, embora simples na sua formulação, desdobra-se em complexas análises sob as lentes da psicanálise, da psicologia tradicional e da psicologia transpessoal. Cada abordagem oferece uma perspectiva única sobre como nossos juízos são, em essência, um espelho de nossas próprias mentes e almas.

A perspectiva psicanalítica: o palco da projeção

Para a psicanálise, o julgamento é frequentemente um ato de projeção, um mecanismo de defesa do ego. Segundo Sigmund Freud, quando um indivíduo se depara com pensamentos, desejos ou características inaceitáveis em si mesmo, ele tende a expulsá-los e atribuí-los a outra pessoa. Esta projeção serve como uma forma de aliviar a ansiedade e manter a autoimagem. A famosa frase de Freud, "quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo", ilustra perfeitamente este conceito.

O que não aceitamos e reprimimos em nosso inconsciente é frequentemente o que censuramos no outro. Assim, o julgamento torna-se uma confissão não intencional de nossos conflitos internos, medos e desejos reprimidos. É uma forma de nos defendermos daquilo que não conseguimos ou não queremos enxergar em nós mesmos.

A psicologia tradicional e o viés da confirmação

A psicologia tradicional, incluindo a psicologia social e cognitiva, expande a compreensão do julgamento, introduzindo conceitos como vieses cognitivos e condicionamento social. O julgamento social é um processo cognitivo pelo qual formamos opiniões sobre os outros com base em informações limitadas, muitas vezes de forma rápida e automática. Estes julgamentos são fortemente influenciados por nossas crenças, experiências passadas e pelo ambiente social em que estamos inseridos.

O condicionamento social desempenha um papel crucial na formação de nossos padrões de julgamento. Desde a infância, aprendemos a internalizar normas e valores que ditam o que é "certo" ou "errado", "bom" ou "mau". Este processo pode levar à conformidade e à perpetuação de preconceitos e estereótipos. Os experimentos de conformidade de Solomon Asch demonstraram como a pressão do grupo pode alterar a percepção e o julgamento de um indivíduo, mesmo quando a realidade é evidente (efeito muito presente em grupos religiosos e espiritualistas, principalmente no que tange o moralismo).

Desta forma, nossos julgamentos confessam não apenas nossos conteúdos internos, mas também a extensão em que fomos moldados pelas expectativas e pressões sociais.

A psicologia transpessoal e o chamado à expansão da consciência

A psicologia transpessoal, por sua vez, enxerga o julgamento como um obstáculo à expansão da consciência e ao crescimento espiritual. Nesta perspectiva, o ato de julgar cria uma separação entre o "eu" e o "outro", reforçando a ilusão do ego. Quando julgamos, limitamo-nos a uma visão dualista do mundo, de "bom" e "mau", perdendo a oportunidade de compreender a totalidade e a interconexão de todas as coisas.

Superar o hábito de julgar é visto como um passo essencial na jornada de autoconhecimento e transcendência. Implica em cultivar a compaixão e a aceitação, tanto por si mesmo quanto pelos outros. A psicologia transpessoal nos convida a observar nossos julgamentos sem nos identificarmos com eles, reconhecendo-os como manifestações de nosso ego e não como a verdade absoluta.

Análise crítica vs. julgamento emocional: a busca pela verdade

É crucial distinguir a análise crítica, dedutiva e não emocional, da crítica ácida e negativa, carregada de emoção e projeção. A primeira é uma ferramenta essencial para o discernimento e a busca pela verdade. Uma análise objetiva examina os fatos, as partes de um todo, de forma minuciosa e ponderada.

Já o julgamento emocional e patológico nasce da identificação em transferência e espelhamento com o alvo do juízo. O indivíduo que julga de forma projetiva não percebe que está, na verdade, atacando algo reprimido dentro de si. Este tipo de crítica é destrutivo, pois não busca a compreensão ou a melhoria, mas sim a condenação e a autoafirmação através da depreciação do outro.

Um condicionamento social: a patologia aceita

O hábito de julgar tornou-se tão arraigado em nossa sociedade que pode ser considerado uma patologia socialmente aceita, semelhante aos vícios legais. Somos constantemente bombardeados por narrativas que nos incentivam a tomar partido, a classificar e a julgar. Este condicionamento começa cedo e é reforçado por diversas instituições sociais.

A necessidade de se sentir superior ou de pertencer a um grupo pode alimentar o ciclo do julgamento. No entanto, este comportamento tem um custo: ele nos impede de enxergar a realidade como ela é e de nos conectarmos autenticamente com os outros e com nós mesmos.

Em suma, a afirmação de que "todo julgamento é uma confissão" revela-se uma profunda verdade psicológica e espiritual. Nossos juízos, sejam eles conscientes ou inconscientes, expõem as camadas mais profundas de nossa psique, desde os mecanismos de defesa freudianos até os condicionamentos sociais e os anseios transpessoais por unidade. Reconhecer isso é o primeiro passo para nos libertarmos das amarras do julgamento e abraçarmos uma forma mais compassiva e autêntica de ser e de se relacionar.

Dalton Campos Roque -

Espiritualidade sem religião, ética sem doutrina, reforma íntima sem evangelho, intelecto sem arrogância, bom humor sem puritanismo e música com consciência.

Escritores efêmeros, poetas eternos, pensadores conscienciais profundos, escritores da alma com bom humor avançado, sempre questionando paradigmas.

A convergência da ciência com o espiritualismo universalista.

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Médium, projetor astral consciente, sensitivo, escritor e editor consciencial, autor de dezenas de obras espiritualistas. Eng. Civil e Professor de Informática (aposentado), pós-graduado em Estudos da Consciência com ênfase em Parapsicologia, e em Educação em Valores Humanos (linha de Sathya Sai baba). @Consciencial YT: @DaltonRoque
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