Você sabe o que são doenças invisíveis?



Autor Flávia Esper
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/25/2025 3:06:38 AM
Doenças invisíveis são condições que causam sintomas reais, mas invisíveis para quem vê de fora e que podem afetar pessoas de qualquer idade. São, geralmente, crônicas e, muitas vezes, incapacitantes. Por fora, a pessoa parece estar bem, sem marcas, machucados ou outros sinais, mas, por trás dessa aparência, a pessoa pode ter sintomas severos que afetam todos os aspectos da vida.
Quem convive com essas condições enfrenta incompreensão e falta de diagnóstico claro. Como várias dessas doenças não aparecem nos exames tradicionais, não têm sintomas visíveis e como algumas são raras, muitas pessoas levam mais de uma década para receberem diagnóstico e tratamento adequados. Enquanto isso, sintomas como fadiga extrema, dor crônica, tonturas, sensação de choque, névoa mental, sono não reparador, podem chegar a impedir tarefas cotidianas, como trabalhar, varrer a casa, tomar banho, caminhar ou ir a algum encontro.
Alguns exemplos de doenças invisíveis são: fibromialgia, dor crônica, enxaquecas crônicas, síndrome da fadiga crônica, síndrome de Ehlers-Danlos, depressão maior, endometriose, doenças autoimunes como esclerose múltipla, lúpus, espondilite anquilosante, tireoidite de Hashimoto e várias outras condições.
Justamente por que a pessoa parece bem para quem olha de fora e pela dificuldade em se conseguir um diagnóstico adequado e rápido, os sintomas acabam sendo encarados como "exagero", "coisa da sua cabeça", "falta de força de vontade", "pessimismo", "vitimismo" ou "mimimi". Mas a verdade é que quem tem uma doença invisível lida com dificuldades e incapacidades diárias, em boa parte graves, que a maioria das pessoas nunca vai entender ou precisar sentir.
As doenças invisíveis podem afetar todas as áreas da vida: trabalho, relacionamento, vida social, finanças. E costumam ter, também, um grande impacto sobre a saúde mental. Conviver com essas condições pode ser solitário e frustrante, pois quem está de fora não tem noção do sofrimento real que existe o tempo todo por trás da aparência saudável.
Isso pode trazer sentimentos de vergonha ou culpa por não conseguir levar uma vida normal, por ter de desmarcar compromissos, não conseguir cuidar da casa ou de si mesmo, ter de se explicar o tempo todo, às vezes sem nem mesmo entender o que se passa. Pode trazer sensações de injustiça, de falta de controle, por ter de lidar com a imprevisibilidade de um corpo que, de repente entra em colapso, mesmo quando a pessoa parece fazer tudo certo.
Viver com uma doença invisível pode ser bastante desafiador, principalmente quando não se tem informação, suporte emocional, tratamento e estratégias adequadas. É exaustivo ter de lidar com uma condição que pode exigir atenção todo o tempo, exames, tratamentos, constantes limitações, crises repentinas. É comum viver vários lutos e perdas, ter de reconstruir a própria identidade, se adaptar a um novo ritmo ou estilo de vida, lidar com trauma médico, isolamento, raiva do próprio corpo, tristeza, trabalhar a dificuldade em aceitar a doença e em conseguir tratamento adequado que realmente funcione, sentir-se como um fardo ou como uma estranha, diferente dos outros.
A boa notícia é que, apesar de muitas dessas doenças serem crônicas, é possível ter mais qualidade de vida, lidar melhor com os sintomas ou mesmo diminuir esses sintomas. A psicoterapia especializada em dor crônica e doenças invisíveis e os grupos terapêuticos específicos para pessoas com essas condições podem ajudar muito nesse processo.
Eu sei disso porque, além de ser terapeuta especializada nessas condições, sou alguém que também vive com dor crônica e outras doenças invisíveis, algumas desde a infância, e senti - na minha própria história - o quanto a terapia especializada e os grupos podem fazer a diferença. Se você tem uma doença invisível, saiba que não precisa passar por isso sozinha e que encontrar suporte adequado e profissionais que realmente entendem o que você sente pode fazer toda a diferença para que você tenha uma vida melhor, com mais leveza, qualidade e realizações.
Mesmo quando o diagnóstico é de uma doença incurável, é possível melhorar a forma de lidar com o diagnóstico e com seus efeitos e, em boa parte dos casos, é possível reduzir os sintomas e as crises. Algumas pessoas, dependendo do tipo de diagnóstico e de vários outros fatores, podem chegar à remissão dos sintomas, ou seja, por mais que a doença ainda esteja lá e precise ser cuidada ou monitorada, ela fica como que quietinha, sem causar sintomas.
A psicoterapia especializada, para além da psicoterapia convencional, traz acolhimento e conhecimento sobre temas comuns a essas condições, como esses lutos, isolamentos, reconstrução da identidade, medo do futuro, depressão e ansiedade, catastrofização da dor, frustração de um corpo que não acompanha mais o desejo e tantos outros. Também oferece, além do acolhimento e do suporte emocional, estratégias e ferramentas práticas para melhorar sua qualidade de vida, para reduzir sintomas, para aprender a lidar melhor com o gerenciamento de energia, com o manejo de estresse.
Já os grupos terapêuticos específicos ajudam muito na sensação de se sentir pertencente, de não se a "estranha no ninho", de descobrir que há outras pessoas que sentem como você e de poder trocar com pessoas que realmente entendem como é viver com essas condições. Nos grupos, você pode falar sem se sentir um peso, sem ser julgada, sem precisar explicar o tempo inteiro o que é fadiga extrema, porque vai estar entre pessoas que entendem como é isso. Pode não ser exatamente igual a você, mas são vivências muitas vezes parecidas.
E esses grupos, principalmente quando conduzidos por uma(um) terapeuta experiente, não são espaços só de lamentação e de desabafos. São espaços em que você pode trabalhar questões profundas, todas essas questões emocionais, sociais, financeiras, que vêm ali junto com a doença. Pode desenvolver, descobrir e conhecer novas estratégias, novas ferramentas para ter mais energia e qualidade de vida, ver o que funcionou para um, o que funcionou para outro, trocar experiências. Trocar, às vezes, até indicação de profissionais mais especializados naquilo que você tem, que é algo tão difícil de se conseguir, ou de outros recursos que possam ajudar. Os grupos são um espaço seguro onde você pode se fortalecer, desabafar, ou até mesmo encontrar humor.
Você não precisa passar por isso sozinha e, sim, é possível melhorar e ter mais qualidade de vida, mesmo com uma doença invisível. Se você quiser saber mais sobre como a psicoterapia pode ajudar nesses casos, sobre os grupos terapêuticos ou se quiser saber mais sobre a minha história, pode olhar estes links:
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Site oficial: www.flaviaesper.com
Instagram: @terapiadorcronica
Youtube: Canal Flávia Esper
Autor Flávia Esper Flávia Esper é psicoterapeuta e terapeuta integrativa, especializada em dor crônica e doenças invisíveis. É, também, professora, contadora de histórias e criadora do método Flávia Esper de terapias integradas. Atende com psicoterapia especializada em dor crônica e doenças invisíveis individual e em grupo, tarô terapêutico e cura xamânica. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |





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