A EXPULSÃO DO PARAÍSO



Autor Paulo Tavarez
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 13/05/2025 07:29:46
A Maçã e o Pecado: Uma Simples Fruta ou um Mistério Profundo?
Alguém já parou para refletir sobre o que haveria de tão pecaminoso em comer uma maçã? Será mesmo que toda a humanidade teria que viver sob o estigma da desgraça apenas porque nossa companheira compartilhou conosco uma singela fruta? Seremos capazes, um dia, de compreender o verdadeiro significado oculto por trás desse mito?O Jardim do Éden como Outro Mundo
Algumas escolas espiritualistas propõem uma interpretação instigante dessa passagem bíblica. Para elas, o Jardim do Éden seria, na verdade, um mundo mais avançado - um planeta em nível evolutivo superior ao nosso. Nesse cenário, Adão e Eva representariam seres que, por não possuírem condições morais e espirituais compatíveis com aquele ambiente elevado, foram expulsos.Sua permanência ali se tornara um obstáculo ao progresso daquela esfera. Como consequência, esses seres foram atraídos a um planeta mais primitivo: a Terra. Aqui, em um ambiente mais rústico e desafiador, encontrariam os meios necessários para desenvolver virtudes e, um dia, merecer o retorno ao seu lar original.
A Raça Adâmica e o Degredo Cósmico
Esse exílio, portanto, não seria apenas um castigo, mas uma oportunidade oferecida pelo próprio Universo para que essas almas recalcitrantes se regenerassem através da dor, do trabalho e das dificuldades da vida terrena. Não se trataria apenas de um casal, mas de toda uma raça degredada - a chamada raça adâmica - que teria se espalhado por todos os continentes.Evolução Espiritual e o Elo Perdido
Essa teoria também oferece uma possível explicação para o elo perdido entre os primatas e as primeiras linhagens humanas. Como esses novos habitantes possuíam uma estrutura espiritual distinta, necessitavam de um corpo adequado à sua condição. Para isso, teria havido mudanças profundas no campo fisiológico, causadas pela adaptação do perispírito a um novo modelo organizador biológico.Civilizações Antigas e a Memória dos Degredados
Com o passar do tempo, a presença dessas inteligências avançadas promoveu o surgimento de grandes realizações na Terra, visíveis nas maravilhas das civilizações antigas. Assim, atribui-se a esses degredados a construção de obras ainda hoje cercadas de mistério, como as Pirâmides do Egito, os Moais da Ilha de Páscoa, os círculos de pedra de Stonehenge, os geoglifos de Nazca, entre outras.Mesmo que não possuíssem a elevação moral para permanecer em seus mundos de origem, teriam trazido consigo conhecimentos científicos e intelectuais capazes de transformar e aprimorar a nova realidade em que foram lançados.
A Bíblia e o Castigo como Caminho de Evolução
Essa visão do paraíso perdido também encontra eco em passagens bíblicas, como as palavras ditas por Deus a Eva e Adão:"E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará" (Gênesis 3:16)A dor do parto e a necessidade de lutar pela sobrevivência seriam características ausentes na antiga morada, mas impostas nesta nova etapa como instrumentos de lapidação espiritual.
"No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e ao pó tornarás" (Gênesis 3:19)
A Raça Degredada e as Raízes do Progresso
A teoria ainda sugere que esses espíritos encarnaram entre os antropoides já existentes, utilizando-os como troncos biológicos para sua nova experiência. Mesmo que esta nova raça se mostrasse violenta e dominadora, seria também portadora de conhecimento e tecnologia, atuando como agente do progresso da humanidade.A Queda do Feminino Sagrado
A transformação provocada por essa presença pode ser percebida, por exemplo, na brusca mudança de uma organização social matriarcal para uma patriarcal. Em culturas ancestrais, como a dos drávidas, dos cretenses, dos sumérios e dos povos do Paleolítico europeu, as figuras femininas eram reverenciadas - a Deusa Mãe-Terra, a Vênus de Willendorf, a Deusa das Serpentes, a deusa Ishtar. Essas sociedades matriarcais valorizavam a mulher como líder espiritual e comunitária.No entanto, com a chegada dessas "hostes guerreiras", esse modelo foi gradualmente substituído por uma cultura patriarcal e beligerante. A partir desse momento, o mundo passou por um período de brutalidade, onde homens armados conquistavam terras e subjulgavam os mais fracos. A mulher, outrora exaltada como símbolo do divino, passou a ser tratada com inferioridade - muitas vezes, com menos dignidade do que os próprios animais.
Kali Yuga: A Idade das Trevas e o Fim de um Ciclo
Esse momento pode marcar o início do Kali Yuga no hinduísmo - a Idade das Trevas, o ciclo de decadência espiritual da humanidade. Foi a transição da Idade de Ouro para a Idade de Ferro, impulsionada por um impulso violento de dominação, como se esses conquistadores estivessem à procura de um novo paraíso perdido, desta vez aqui mesmo na Terra.Um Novo Juízo Final à Caminho?
Hoje, segundo essa linha de pensamento, vivemos outro processo de transição. Estaríamos, enfim, no chamado juízo final, a separação do joio e do trigo, descrita nas escrituras. Aqueles que não estiverem em sintonia com o progresso do planeta seriam afastados, assim como nossos antecessores um dia foram excluídos de seu paraíso. Estaríamos prestes a protagonizar uma nova expulsão - desta vez, como anfitriões.O Paraíso como Estado de Consciência
Contudo, apesar da coerência dessa teoria, há correntes espiritualistas com viés universalista que apresentam outra interpretação. Para elas, o paraíso perdido não é um lugar físico, mas um estado de consciência.Nessa perspectiva, a expulsão do Éden simboliza o surgimento do ego e o desenvolvimento da razão. Ao comer do fruto, o ser humano adquire a consciência do bem e do mal, do certo e do errado, e se dissocia da unidade com o Todo. Eis o diálogo da serpente com Eva:
"Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gênesis 3:4-6)
A Nudez e o Nascimento do Ego
A vergonha da nudez, segundo essa linha de interpretação, seria o primeiro sinal do ego emergente - a consciência do julgamento, da moral, dos padrões e normas sociais.Antes disso, vivíamos como os animais: integrados à natureza, guiados pelos instintos, sem distinção entre certo e errado. A criança pequena, que ainda não se distingue completamente do meio ao seu redor, talvez seja uma metáfora viva desse estado original. Quem sabe Jesus, ao dizer que deveríamos nos tornar como as crianças para entrar no Reino dos Céus, estivesse nos ensinando a dominar o ego e reencontrar a pureza da integração com o divino.
Da Queda à Ascensão: O Caminho da Consciência
Assim, o "evento da maçã" não marca a queda, mas sim a passagem de uma consciência grupal e unitária para uma realidade dual, onde somos indivíduos - livres para julgar, escolher e decidir. Um passo necessário no processo evolutivo do ser.








Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |