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Conde J. W. Rochester

Atualizado dia 7/31/2015 1:31:53 PM em Espiritualidade
por Christina Nunes


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Escrever ou falar a respeito de John Wilmot, segundo Conde de Rochester, autor espiritual de inúmeros romances psicografados pela médium russa Wera Krijanowskaia, e, mais recentemente, por mais duas médiuns psicógrafas brasileiras, provoca-me sempre esquisita e intensa emoção, não sei exatamente porquê. Mas penso que, talvez, pelo fato de que a minha formação espírita tenha se dado, desde o seu início, com forte influência dos livros carregados de conteúdo dramático, da autoria deste espírito invulgar, enérgico.

Efetivamente, junto com os romances de Emmanuel, trazidos pela mediunidade de Chico Xavier, foram, as obras do Conde, a indelével marca literária espírita que contribuiu para construir minha formação como médium psicógrafa e autora, também na área de romances, da autoria de outros espíritos desencarnados, tantos anos depois.

Esta semana, aproveitando as férias, revi o filme O Libertino, de direção de Laurence Dunmore, com Johnny Depp protagonizando o próprio Conde. Interessou-me, anos atrás, adquirir o dvd, que considerei autêntica joia cinematográfica garimpada para a minha videoteca. Não apenas por admirar o ator de indiscutível expressão na atualidade, mas, principalmente, porque se trata, o conteúdo do drama, da história, pode-se dizer, laica de Rochester, sem o viés do que se sabe dele, espírito desencarnado, nos meios literários espíritas e espiritualistas.

Sabia, assim, por essas mesmas fontes espíritas, e em versão adocicada, que se tratava, o personagem ímpar, de figura dissoluta nos tempos em que viveu na Inglaterra, como conselheiro do rei Charles II. Todavia, e se é que a produção do filme é minimamente verídica, não imaginei que essa dissolução se estendesse aos extremos com que foram exibidos, na atuação brilhante do controverso ator americano.

De fato, já no início da exibição nos surge o personagem, falando diretamente ao telespectador de forma frontal, acintosa, pode-se dizer que mesmo amoral! A fala inicial, de fato, dá a tônica do que se vai assistir. Ninguém, depois, pode alegar não ter gostado do conteúdo do filme por estar desavisado, pois o próprio Conde de Rochester, na abertura, adverte: “Vocês não vão gostar de mim!...”

Passando-se à análise combinada do que este O Libertino nos exibe, e admitindo-se certa cota de veracidade na maior parte do que é ali contado, que bate com o que sabemos de Rochester nos meios espíritas – o talento literário e dramatúrgico indiscutível, suas licenciosidades e vivências em meio a uma sociedade dissoluta na monarquia inglesa do século XVII, sua paixão pela atriz Lizzy Barry, os conflitos matrimoniais e as moléstias múltiplas, que o levaram ao desencarne aos 33 anos de idade, por força do seu gênero dissoluto, pode-se dizer que amoral de vida – entende-se, com maior clareza, a missão do Conde Rochester já desencarnado, ressurgindo séculos depois para narrar, com o estilo impetuoso próprio do poeta brilhante da corte de Charles II, a um mundo ainda mergulhado em enganos e descaminhos, as mazelas que se sucedem, inexoráveis, a todos os que ignoram, por conveniência ou ignorância do espírito, que para cada escolha e atitude existe a sua colheita exata!

Seus romances envolventes, eletrizantes, que sempre são de molde a prender o leitor, de forma hipnótica, de um fôlego só, da primeira à última linha, deixam claro o ensinamento central, de conhecimento de todos que de há milênios vem colhendo a sua cota cármica de aprendizado difícil: causa e efeito, lei do retorno, bagagem cármica, expiação e provações... Para as boas quanto para as más coisas que realizamos, para nós mesmos, quanto para o próximo, no processo, sempre haveremos de arcar com as devidas consequências, sem poder, depois, reclamar de injustiças do julgamento divino – pois a verdade é que nós mesmos realizamos este julgamento! A ninguém mais podemos responsabilizar pelas origens dos eventos diários que nos colhem a cada minuto, dos maiores aos menores em importância!

No Chanceler de Ferro; Vingança do Judeu; Romance de Uma Rainha; Herculanum, Faraó Merneptah... Em quaisquer climas e séculos onde o autor tenha vivido, oferecendo, a partir dali, o seu testemunho literário junto ao grupo de espíritos que o acompanham na jornada evolutiva, o que se destaca com ênfase é o recado de que em quaisquer classes sociais e lugares diferentes do mundo, em idiomas e culturas múltiplas, as lições humanas se repetem em essência. Orgulho, soberba, arrogância, ódio, energias de frequências espirituais baixas nutridas por seres incautos, sempre revertem em prejuízos evolutivos graves, logo ali, ou mais à frente. Enquanto os que, apesar dos sofrimentos difíceis, já desenvolveram em si os padrões existenciais amorosos dos exemplos deixados por Jesus e por tantos outros mestres em trânsito periódico pela Terra, sempre contam com reforços de recursos íntimos, e da parte da Providência, via sintonia na Luz, empenhados na conquista do progresso espiritual deste planeta, e tendo suavizadas as trajetórias incessantes de aprendizado, com o bônus impagável dos elos de amor!

Assistindo, portanto, ao filme de Johnny Depp, vemos a convergência de versões da vida deste espírito enérgico, mas genial: J. W. Rochester, espírito que, ao que nos aparenta, se converteu efetivamente a uma visão mais consciente da própria responsabilidade espiritual em seus últimos momentos de vida na matéria, sob as vistas do sacerdote que o beneficiou com as preces finais, ao término da reencarnação difícil, corroído por moléstias graves!

Séculos mais tarde, nos ressurge, o Conde, das dimensões da vida espiritual, refeito e reformulado, para nos presentear com sua vultosa obra literária, onde, à parte a polêmica despertada pela marca registrada de seu estilo até certo ponto fantasioso, demasiadamente dramático, colhe-se lições preciosas para todos os que o leem, reconhecendo em suas narrativas saturadas de emoções comoventes o espelho dos dilemas evolutivos que a todos nós desafiam, indistintamente, ao longo dos caminhos ricos das lições úteis que sempre nos aguardarão no porvir!

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Conteúdo desenvolvido por: Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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