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Entre dois mundos - Capítulo 1

Atualizado dia 8/27/2010 11:58:13 AM em Espiritualidade
por Satyananda


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Hoje começa uma história, uma novela verídica, a trajetória de um ex-monge.

Um ex-monge que em cada segundo, em cada momento de vida percebeu a presença de uma verdade que vai além do nosso cotidiano. Mas isso aconteceu aos poucos, ocorre com todas as pessoas que estão à nossa volta. Estou aqui pra deixar um depoimento pra que vocês percebam. Pra que vocês percebam que estão mergulhados num cenário, como se fosse uma viagem, mas esse cenário é passageiro e, para entender tudo isso, aqui vai uma história.

Quando eu tinha 22 para 23 anos fui ver um filme do Franco Zeffirelli que contava a história de São Francisco de Assis. E lá pelas tantas, durante o filme, o personagem, o São Francisco, olha literalmente pra audiência e fala assim: se a vida em que vocês vivem é cheia de desamor, onde cada pessoa junto à vida do outro é praticamente um fantasma e ninguém percebe ninguém, nesse universo absoluto de descaso de um para com o outro, pra mim essa vida não interessa.
O que interessa é tentar voltar a ver o mundo como os animais o vêem, como os seres sem posse o vêem. Porque parece que a posse nos possui. Parece que a gente não é dono do nosso carro, mas o nosso carro é o nosso dono.
O nosso trabalho é nosso dono. O nosso nome é dono da gente, das nossas vontades.

Naquele momento, a sensação de um pré-adulto em relação àquela reflexão foi algo que produziu uma profunda angústia e um intenso sentimento de que a vida e todas as pessoas que estão vivendo à nossa volta são um sonho. Um sonho... não vou dizer que se trate de um pesadelo, porque as pessoas ainda têm momentos de felicidade, mas é um sonho sem significado, sem sentido.

O Márcio, um surfista que até então não tinha nenhuma responsabilidade além de viver o seu tempo, andar de skate, brincar e usufruir da juventude, voltou duas vezes seguidas ao cinema pra tentar entender o que estava acontecendo... O tempo parou e ele voltou pelo terceiro dia no cinema e sentou pra finalmente entender o que estava acontecendo com ele, além do que se passava no filme. Na terceira vez, já não havia reflexão nenhuma para ser feita.

Foi quando aconteceu um impacto, um choro compulsivo. Aquele dia, ao sair do cinema, percebeu em volta de todas as pessoas uma espécie de fumaça azul luminosa, líquida. Essa fumaça envolvia também todos os animais, da menor formiga até o cachorrinho da esquina. E sob o impacto daquele transe espontâneo, daquela situação desconhecida, ele sentou na calçada e ficou observando... e, lá longe, percebeu uma luminosidade daquelas de filme de ficção científica. Viu se aproximando um homem, um carroceiro muito sujo, com uma pobre carroça e dois cachorrinhos em cima dela, amarrados com fio de eletricidade.

No entanto, esse homem tinha uma qualidade que os outros não possuíam: uma luminosidade que a maioria estava muito longe de expressar, era uma luz amarela, brilhante, dourada, absolutamente transparente e a refulgência dessa luz chegava à altura dos prédios de dez andares. Era uma lâmpada viva. Dos olhos brotava luz e de cada poro brotava pureza. E, como se ele tivesse reconhecido que aquele jovem estava percebendo, olhando-o fixamente, caminhou na direção dele. Sorriu, e naquele instante o jovem teve a certeza de que ele pegara tudo o que estava no bolso, o dinheiro que juntara durante o dia, um dinheiro sujo e suado... tudo o que talvez fosse o alimento pra outras pessoas, ou o sustento dele para aquela noite ou para o dia seguinte.

Olhou pro jovem sentado no chão, perguntou se ele precisava de alguma coisa, estendeu a mão e ofereceu-lhe aquele dinheiro. Na hora em que ele fez isso, a luz daquele homem praticamente dobrou de intensidade e o jovem, que já não conseguia mais chorar, chorou pela última vez naquele dia. Ele agradeceu, o homem sorriu. Como se fosse sonho, deu pra perceber os animais sorrindo também e o homem subiu a rua e desapareceu na rua ao lado. Mas ainda assim dava pra ver de longe aquela luz, que acompanhava o homem sob o peso daquela carroça.

O mais impressionante foi que, a partir daquele dia, a presença de algo divino nunca mais saiu do olhar desse rapaz, e trinta anos depois, criou-se a necessidade de compartilhar isso com vocês, porque provavelmente a gente convive com seres dessa intensidade, dessa qualidade o tempo todo e não percebe.

Eu gostaria de caminhar algum tempo com vocês nesse espaço que nos foi gentilmente cedido pelo STUM para que vocês possam visitá-lo de tempos em tempos, quando assim o desejarem, e acompanhar o desenrolar dessa história. A história de um ser humano como vocês, com as mesmas dúvidas e questionamentos, e que por algum motivo encontrou uma porta. E gostaria de levar vocês por esse portal.
Sejam bem-vindos. É com muita gratidão, em nome de toda experiência divina que vai envolver o nosso conviver, que eu me despeço e espero encontrá-los na semana que vem.

Com afeto.
Capítulo 2



 

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