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Espiritualidade - a luz da iluminação espiritual - 2ª parte

Atualizado dia 12/1/2013 12:49:51 PM em Espiritualidade
por Marcos F C Porto


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Nesta segunda parte da reflexão, iniciamos por afirmar que quando experimentamos o despertar da luz da iluminação espiritual, percebemos que estamos em todas as criaturas, apreciando cada situação em particular, seja na borboleta, no pássaro, na rocha ou na árvore, e que eles são tão perfeitos como nós. Somos todos partes do mesmo Todo!

É difícil explicar em palavras, mas em última análise, todos nós iremos chegar a esse tipo de entendimento se ansiarmos por ele e, então, saberemos por nós mesmos. Esta é a única maneira de eliminarmos nossa ilusão e crença sobre nossa existência efêmera.

Vamos, então, continuar refletindo?

Muitas vezes nos perguntamos: “O que acontece com a luz da iluminação espiritual que tantas pessoas fazem mistério, elogiam, encorajando-nos a seguir em frente para reivindicá-la?”.

Não é a luz da iluminação espiritual em si. É a verdade que ela envolve.

Apenas a forma como deve ser, do jeito que é; não a aceitando, continuaremos, então, submissos ao nosso dualismo, até percebermos que tudo o resto não é importante, a não ser nossa intimidade com o Ser Maior Criador Deus.

Então, quando coisas boas acontecem, nós agradecemos como dons e bênçãos do Ser Maior Criador Deus, de todo coração, sem culpa ou dúvidas, e sem obstáculos de qualquer natureza.

A essência da pessoa iluminada é muito livre, despreocupada, assim como uma criança.

Quando damos alguma coisa boa para uma criança, seja uma bala, ela aceita, e não irá pensar que queremos enganá-la, ou ainda se ela é merecedora ou não, simplesmente aceita.

E quando as circunstâncias não permitirem que tenhamos conforto ou riqueza na vida, então, também estaremos felizes em continuar desse jeito, não tendo desejos de grandeza material.

Mas isso não quer dizer que não estamos nos esforçando para trabalhar, fazendo nosso melhor para cumprir nossas obrigações como seres humanos espirituais.

Através da luz da iluminação espiritual, entramos em níveis mais elevados de consciência, enxergando a vida de um ângulo muito diferente, mais isentos do persistente dualismo do ‘gosto – não gosto’. Faz sentido?

Não obstante, uma atmosfera cultural e espiritual favorecerá o secreto e espontâneo desenvolvimento do nosso eu interior, onde se manifestará a luz da iluminação espiritual.

As antigas tradições culturais, tanto do Oriente como do Ocidente, por possuírem uma natureza espiritual e de sabedoria, favoreciam a vida interior e de fato transmitiam certos elementos em comum, na forma de símbolos arquetípicos, notas litúrgicas, arte, poesia, filosofia, que nutriam o eu interior dos nossos ancestrais, os conduzindo da infância à maturidade espiritual.

Em tal ambiente cultural, ninguém precisa estar autoconsciente de sua vida interior, já que a subjetividade não corre o risco de ser desviada para o abatimento.

Infelizmente, tal ambiência espiritual já não existe no Ocidente, ou ao menos não é mais uma qualidade comum, acessível a todos; é algo que deve ser recuperado laboriosamente por nós seres humanos espirituais esclarecidos e conscientes.

Thomas Merton (1915-1968), Monge Trapista e um dos mais influentes escritores espirituais do século XX, no seu livro: “A Experiência Interior”, relata a vivência do despertar interior descrita por Daisetsu Teitaro Suzuki (1870-1966) famoso autor japonês de livros sobre Budismo Zen, em um exemplo notável, de realização do eu interior na luz da iluminação espiritual.

É um relato de "satori", de iluminação espiritual, uma abertura repentina do centro do Espírito, revelado no eu interior.

"Satori" é um termo japonês budista para iluminação. A palavra significa literalmente "compreensão".

No relato de D.T. Suzuki, a ocorrência acontece em meio à paz que podemos chamar de contemplação, mas irrompe subitamente e de surpresa, de um modo que vai além da pacífica absorção contemplativa, na mais profunda manifestação da luz da iluminação espiritual.

O exemplo é o da experiência de um alto funcionário chinês da dinastia Sung (900-1.100 D.C.): “Chao-pien, o funcionário, estava sentado pacificamente em seu escritório, com a mente em repouso, no que podemos chamar de ‘postura contemplativa’, quando sentiu o estalar de um trovão e as "portas da mente se abriram" nas profundezas de seu ser silencioso, para revelar seu "eu interior original".

Essa ocorrência foi, segundo o costume chinês, sintetizada em um poema de quatro versos, que merecidamente se tornou imortal:

“Sem pensamentos, sentei-me pacificamente em minha sala,
O manancial da mente imperturbado, sereno como a água,
Um súbito romper do trovão e as portas da mente se abriram,
E lá está meu eu interior, repousando em sua singela simplicidade”.

Esse exemplo de vivência da luz da iluminação espiritual é bem capaz de nos causar certa perplexidade, quando esperamos que as ocorrências espirituais sejam sempre sobrenaturais e etéreas, mas é precisamente isso que o torna único. Está claro?

Chao-pien vê seu falso ‘eu’ reduzido a pó, cujas partículas são espalhadas e levadas como que por um súbito e feliz repente.

Lá está Chao-pien, sentado, o mesmo, e, no entanto diferente, pois é o Chao-pien eterno, o que não tem sobrenome, ao mesmo tempo humilde e grandioso, e realmente livre de toda descrição e comparação, porque está além do sim e do não, do sujeito e do objeto, do eu e do não-eu. Correto?

É como o maravilhoso e indivisível espanto de humilde alegria com que os Essênios percebiam a luz da iluminação espiritual e expressavam: "Eu e Deus somos Um!".

Voltaremos ao assunto.

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Conteúdo desenvolvido por: Marcos F C Porto   
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 22 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 19 anos.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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