Por Que Não Devemos Desistir da Humanidade

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Autor Paulo Roberto Savaris

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 7/31/2025 10:45:16 AM




Se olharmos o mundo apenas pela superfície - aquela das manchetes violentas, dos discursos raivosos e das redes sociais convertidas em arenas de guerra - seremos tentados a concluir que a humanidade perdeu o rumo. Basta uma injustiça pessoal, uma decepção social ou uma crise existencial para que o desalento se instale como hóspede permanente da alma.

Quantos de nós já não fomos vítimas da incompreensão, do egoísmo, da indiferença? Pessoas que cruzam nossa vida sem deixar rastro de afeto, apenas marcas de frieza e autossuficiência, muitas vezes altivas, outras tantas travestidas de vítimas. Vivem presas em suas bolhas de razão unilateral, terceirizando culpas e abdicando do mergulho necessário nas causas que a fé e a razão, juntas, poderiam revelar.

Se ficarmos paralisados por essas dores, talvez sintamos a mesma angústia que Cristo sentiu no Calvário, quando entregou seu espírito ao Pai em esperança de redenção coletiva. No entanto, sua morte, ainda que um gesto sublime de amor, não transformou magicamente o mundo. A história seguiu, cheia de contradições, guerras, abusos e escuridões morais - tal como já era antes dele. O que mudou foi a possibilidade: a chance de viver sob outro olhar, mesmo que poucos escolham essa lente.

Vivemos, muitas vezes, como zumbis modernos. Caminhamos apressados atrás de coisas, status, títulos ou curtidas. E o curioso é que as maiores dores que nos desequilibram estão associadas justamente à perda dessas ilusões materiais. Quando adoecemos de verdade - no corpo, na alma ou nas relações - é que conseguimos, enfim, ver com mais clareza. Quanta ironia: é preciso parar para enxergar.

E nesse mundo que se desumaniza, que desinforma, que confunde discordância com ódio, como podemos ainda acreditar na humanidade?

A resposta talvez esteja... no vácuo.

Sim, no espaço entre as bolhas ideológicas que flutuam para cima e para baixo, sempre no mesmo eixo, sem jamais se tocar. No vácuo há silêncio. Há observação. Há escuta. Há aquele que escolhe não se contaminar pelo fluxo odiento que sopra dos extremos. Ali é o território do livre-arbítrio - não o egoísta, mas o que escolhe em favor do todo, como dom concedido por Deus para evolução de todos.

Ser justo num mundo de injustiças não é heroísmo; é quase insensatez aos olhos da multidão. Mas talvez seja justamente esse o caminho da evolução: amar quando se espera ódio, ouvir quando todos gritam, construir quando tantos preferem destruir. A saída não está nos extremos, e sim no centro: no equilíbrio que une razão, fé e humanidade.

Se você ainda duvida, leia os comentários de qualquer matéria jornalística, mesmo isenta. A maioria não quer dialogar, mas vencer, chifrar como touros em arena. O ódio, lamentavelmente, tornou-se moeda emocional de troca. Amar virou um ato revolucionário, e a empatia, um gesto suspeito.

Haja divã, haja fé, haja resistência emocional. Mas, mais do que isso, haja esperança lúcida.

Como, então, manter acesa a esperança na humanidade?

- Praticando um olhar que compreende, não que acusa.

- Cultivando o silêncio reflexivo, que educa mais do que mil argumentos.

- Exercendo o livre-arbítrio como gesto que constrói e não divide.

- Fortalecendo relações autênticas, com coragem de dizer "não" ao que fere e "sim" ao que cura.

- Alimentando uma fé que age: que planta hoje mesmo sem garantia da colheita.

São Francisco dizia: "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível." Ainda há razões para acreditar. Porque mesmo quando a escuridão parece prevalecer, sempre há alguém acendendo uma vela.

E você, como tem acendido sua vela em meio à escuridão? 

Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco  e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.




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