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Emponderamento e a Prostituta Sagrada

Atualizado dia 8/29/2017 9:42:56 PM em Psicologia
por Ana Paula Calabria


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Emponderar-se não é negar a sua essência feminina para jogar-se no universo masculino. Não é preciso deixar o lado “mulherzinha” para conquistar o mundo. Podemos e devemos ter as rédeas da vida em nossas mãos, mas isso não quer dizer que precisemos agir como homens ou torná-los nossos inimigos mortais.

A liberdade vem com a integração e não com a negação do masculino. A luta do feminino não é necessariamente a luta do feminismo.  Na lenda do Rei Arthur foi revelado que o que a mulher mais quer é liberdade. Mas como alcançá-la? Frequentemente, vemos mulheres se digladiando tentando “ocupar” o lugar do homem, entrando numa batalha injusta onde só quem tem a perder é a alma, o si mesmo na mulher.

Deveria ser tudo tão simples, mas parece tão complicado. Conta a lenda que o Rei Arthur, ainda jovem, caçava clandestinamente em terras alheias. O monarca dono da propriedade o surpreendeu e pensou em decapitá-lo, seguindo as leis daquela região. Mas, num impulso, ao invés da morte violenta, deixou que ele partisse com a condição de voltar um ano depois, com a resposta para a seguinte pergunta:

“O que as mulheres realmente querem?”

Mesmo achando impossível chegar a tal resposta, o jovem Arthur, que nada mais tinha a perder, aceitou o desafio.
De volta ao seu reino perguntava a todos, sem distinção, a referida pergunta. Nem o mais sábio dos homens ou mesmo qualquer mulher da região soube lhe responder com exatidão. Foi recomendado a ele, no entanto, que procurasse a velha bruxa, porque, se havia alguém capaz de saber a resposta, seria ela.
A bruxa horrenda concordou em ajudá-lo, desde que ele ordenasse ao seu melhor amigo e mais nobre cavaleiro da Távola Redonda, Sir Gawain, que se casasse com ela.
Depois de pensar o ano todo e ter o aval de Gawain, que concordou em salvar a vida do inestimável Rei, foi feito o acordo com a bruxa, e então a velha sabia concluiu:

“O que as mulheres mais querem é a soberania de suas próprias vidas”.

Mesmo achando que a bruxa poderia estar mentindo, já que a resposta não lhe fazia muito sentido, Arthur voltou ao seu algoz e lhe disse a resposta. E com isso se livrou da morte certa.
Sir Gawain, então, casou-se com a bruxa, e na noite de núpcias, ao se recolherem, a bruxa se transformou numa linda princesa. Então, ela lhe perguntou:

“Qual das duas você quer para o dia, e qual você quer para a noite?”

Ele pensou se gostaria de ter uma linda mulher durante o dia para impressionar os amigos ou uma linda mulher à noite, em seu quarto. Não sabendo que decisão tomar, disse à bruxa:

“Decida você mesma o que quer ser”.

Nesse instante, a bruxa revela que, por tê-la deixado decidir, decidiria ser linda o tempo todo...

E por que não, decidir ser linda o tempo todo?

No momento em que a mulher se integra ao masculino, sem reservas, sem medo, assim como a bruxa se entregou a Sir Gawain, entende que o masculino não é um rival, mas parte dela mesma. O masculino pode ser positivo, pode ajudar, caminhando junto do feminino, sem disputas, sem medos, sem algemas. Um animus positivo e o si mesmo... completude, harmonia, vida... E que toda mulher percebesse que não precisa queimar seu sutien... mas sim, usá-lo para adornar com delicadeza um dos símbolos mais fortes do feminino. E, que as barbatanas sejam substituídas por renda perfumada de cor estonteante...

Finalizando com o belíssimo e contundente texto da psicóloga e analista junguiana Nancy Qualls Corbett, em seu livro “A Prostituta Sagrada”:

"... assim também a mulher moderna que tenha integrado seu "animus" está preparada para a vida. O que quer que ela assuma, ela o faz com segurança sem regressão, sem submissão ou sem sentimento de inferioridade em relação a um sistema patriarcal (o que significa retornar a casa do pai). Ela não precisa competir com homens, nem adotar qualidades masculinas, isto é, identificar-se com o animus. A mulher que conseguiu reconhecer a presença do poder masculino dentro de si passa a ser a sua própria autoridade, e mantém-se constante em relação à natureza feminina. Ela pode não ser capaz de mudar o sistema patriarcal em volta dela, mas o que é mais importante, não permite que o sistema a altere".
Texto Revisado
 

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