Críticas
Atualizado dia 1/9/2005 5:51:08 PM em Autoconhecimentopor Guilhermina Batista Cruz
Meus amigos, não nos iludamos, somos críticos porque o orgulho ainda reina em nossos corações, ele ainda nos impede de vermos o nosso ser interior sem o disfarce de nossas máscaras cotidianas. Muita gente não “agüenta” que o outro se exprima de uma forma contrária às suas posições, que o outro lhe aponte sequer uma posição alternativa que não seja aquela que ele alimenta e sente como verdadeira.
Mas, se possuímos nossas convicções centradas em nosso conhecimento, o que o outro disser não vai nos abalar tanto, não vai mexer com nossa visão sobre o que cremos e sentimos como verdadeiro. E por que queremos sempre ter razão em nossos pontos de vista? Porque é a posição cômoda de não vermos ou enxergarmos adiante outra visão do mesmo assunto, talvez de um ponto de vista mais coerente que o nosso.
Devemos entender que - no nível de evolução em que chegamos - é natural aflorarem diversas interpretações para um mesmo assunto ou mesmo para um problema que nos aflige a alma. As várias interpretações só enriquecerão a visão do mesmo, pois vamos visualizá-lo de um ângulo completo, com todas as nuanças de prós e contra que ele pode acarretar. Agora, daí a criticarmos a visão da outra pessoa, só porque achamos que ela é “careta”, é desinformada, é bitolada, passa uma imagem que não é, já entramos numa sintonia de desrespeito e desamor ao próximo.
Nós não podemos nos considerarmos indenes à reprovação de ninguém, pois ainda estamos no aprendizado; no aprendizado do amor, da tolerância, da fraternidade, da compaixão e do perdão. Mas,as críticas não devem nos abater ao ponto de paralisarmos nossas ações no bem, só porque tem gente que não concorda ou não aceita nosso modo de pensar.
Elas são necessárias para despertar a humildade de propósitos e a sintonia do bem, e para nosso despertar como um ser que está no mundo para desenvolver o aprendizado em todos os sentidos, e por isso, sujeitos ao erro; e é claro que sempre haverá aqueles que não se sintonizam com nossas idéias e opiniões, com nosso modo de pensar,temos que reconhecer isso.
Agora, não podemos aceitar é o desatino verbal que muitas pessoas, sem conhecimento do assunto com abrangência, dispõem-se a fazer; nesses casos, é melhor simplesmente ignorar, pois quem assim procede não está querendo ouvir nossos argumentos e sim querendo atacar-nos com as críticas. Porém, se a crítica é fundada na observação do assunto sob um ponto de vista mais coerente para o mesmo, de uma visão desapaixonada e livre de opiniões ferinas, ela certamente será bem vinda e pode nos dar lições valiosas, por meio das quais aprendemos mais.
No Evangelho segundo o Espiritismo, encontramos uma passagem que pode ser aplicada nesses casos, que nos diz:
- Ninguém sendo perfeito, segue-se que se tem o direito de repreender o próximo?
Resposta: Seguramente não, uma vez que cada um de vós deve trabalhar para o progresso de todos e sobretudo daqueles cuja tutela vos está confiada; mas é uma razão de o fazer com moderação, com um fim útil, e não como se faz geralmente, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a censura é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda cumprir com todas as reservas possíveis; e ainda a censura que se lança sobre os outros, ao mesmo tempo, deve-se dirigi-la a si mesmo e se perguntar se não a terá merecido. (São Luís, Paris, 1860 – ESSE – Cap.X – item 19).
Acho que para nos sentirmos verdadeiramente "todos um", precisamos é praticar a verdadeira fraternidade, não somente com quem comunga nossas idéias, não apenas no grupo em que nos enquadramos, seja lá de que tipo for: religioso, de trabalho, de amizade, de simpatia e outros mais.
Paz e luz a todos!
Avaliação: 5 | Votos: 86
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
