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Vidas virtuais, conflitos reais!

Atualizado dia 6/8/2015 7:42:33 AM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Cada vez mais equipamentos e programas sofisticados invadem, literalmente, nossos meios de vida. Antes, uma planilha de cálculos e um editor de textos, hoje, controle de seu habitat à distancia, observando o prédio, acendendo ou apagando luzes, programando avisos com sinais de alerta do que antes só existia em uma agenda de papel, que necessitava ser acessada abrindo-a literalmente. Comunicação em tempo real com qualquer lugar do mundo que seja acessado por um satélite, Tudo com um simples clique de botões.
Eis o ponto. Basta apertar um botão e as coisas acontecem. Virtualmente.
Estamos frente às pessoas. Virtualmente. Falamos, vemos e somos vistos, virtualmente. Basta mais um clique e pronto: estamos desconectados. O assunto não nos agradou: clique.
O que veio e contribui em muito para facilitar e melhorar nossas vidas, no uso exacerbado, está gerando um efeito colateral de grandes e sérias consequências: a paralisação do fazer realmente.
Jovens se encontram, para juntos, separadamente e se conectarem com outros jovens que se encontram distantes. Aproveitam para marcar encontros que, quando ocorrem, servem para fazer as situações se repetirem: cada um teclar com outros que não se encontram ali.
Mas isso não está ocorrendo apenas com os jovens. Aqueles que já adentraram ao mundo adulto também aderiram à utilização dos mundos virtuais. Pessoas não estão mais se comunicando diretamente, apenas pelos meios digitais.
O vendedor não mais fala com seu cliente, ele tecla, mesmo no que seria importante o diálogo franco e direto, o conhecido “olho no olho”, que tantos desentendimentos foram eliminados pela transparência e honestidade dos envolvidos.
O que era para agilizar, com consequente ganho de tempo está se tornando um escudo protetor que, mais que ajudar, está transformando pessoas em incapazes de encarar frente a frente às dificuldades existentes. Vejam por exemplo, o número de vezes que em uma empresa, quando há alguma cobrança, vem a desculpa: “mas eu mandei um email falando”. Como se isso tivesse o poder de por si só fazer acontecer o que só a ação humana pode fazer.
Crianças, jovens e mesmo adultos sentam-se à mesma mesa para jantar e todos com seus instrumentos isolantes, onde nem olham bem o que estão levando à boca, muito menos o olhar e expressão de cada um. Cuidado: estamos perdendo nossa condição de observar os outros, perceber seus olhares, suas linguagens corporais que são muito mais reveladoras que as mensagens verbais. Mensagens digitais descrevem emoções, porém não revelam as emoções contidas nas manifestações existenciais de cada ser.
Já está caindo em desuso a frase “você está triste, esta acontecendo algo com você?”. O distanciamento tem gerado incompreensões e desarmonias que são reais.
Os consultórios estão sendo invadidos cada vez mais pelos pedidos de “Socorro, eu existo, mas não estou sendo visto!”. O brilho interior torna-se opaco quando pessoas deixam de serem vistas como tal e passam a ser tratadas como a usuária do “equipamento de vida X”.
O excesso nos projeta a uma vida de realizações virtuais, onde na máquina tudo se faz dar certo, na execução real fica o grande distanciamento do concretizar, do fazer acontecer materializado.
Os conflitos são reais. Pessoas se acham extremamente competentes e não conseguem manter um trabalho. A culpa é sempre das empresas e chefes. Relacionamentos “presenciais”, aqueles onde duas pessoas estão uma frente à outra se desestruturam, pois é difícil suportar a crítica sem o botão “off”.
Vidas virtuais, conflitos reais! Equilibrar o uso de recursos tecnológicos. Usá-los e não substituir nossas vidas por suas utilizações. Viver é muito mais do que se colocar atrás de uma telinha com teclado e pronto.
Não ser contra o avanço tecnológico e todo o progresso que ele nos propicia. Apenas não atribuir a vida a ele, como se fosse responsabilidade da tecnologia o nosso viver.

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