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Autoconhecimento
QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR...
por Willes S. Geaquinto
Para
quem não sabe esse é o título de uma bela canção interpretada por Milton
Nascimento, composição dos irmãos Borges, a qual convido-os a ouvir e refletir.
A verdade é que o
amor propriamente dito possui várias facetas. O ser humano,
na ignorância que lhe é própria, enquanto não evolui, confunde ou distorce o
significado desse "sentimento" que em sua mais profunda acepção é na verdade um
valor que quando cultivado com elevação aloja-se na alma. Sendo assim, o amor
não é algo carnal, material, já que transcende os limites existenciais.
Aí alguém dirá que o
amor existe em
diferentes formas, não discordo. Talvez observar sob esse prisma facilite mais
o seu entendimento. Porém, entendo que esse fracionamento é coisa daqueles que
ainda não compreenderam que existe uma fonte única de
amor dentro de cada indivíduo
e que ele só se fracciona ou se diversifica em relação ao objeto que é amado ou
da forma como é expresso. Em tratando-se de relacionamentos ditos amorosos, por
exemplo, muita gente confunde
amor com paixão sentimentos que não se
assemelham. Paixão é uma espécie de sentimento ou vínculo irracional, desmedido;
às vezes obsessivo.
Por
outro lado, é salutar compreender que trazer à tona o
amor de dentro de si não
é tarefa fácil dada ao indivíduo imaturo, já que a vida com todas as suas
dificuldades, intempéries, complexidades e outras tantas variáveis dificulta
esse fazer. Porém, sejam quais forem as dificuldades cabe-nos transpô-las com
esmero e dedicação, já que a vida nos propicia a todo tempo e lugar
oportunidades para fazer germinar no íntimo da nossa alma a verdadeira semente
do amor.
Ao longo do tempo nós fomos educados
ou deseducados sobre o real significado do amor, não por falta de referências,
mas, por distorções ou interpretações próprias do não saber e, também pela
ausência de apuro em observar, absorver e analisar emoções, sentimentos e
elementos assemelhados. Quando Cristo em suas prédicas sugeriu que devíamos
"amar aos nossos inimigos", isso suscitou e suscita até hoje perplexidade, já
que a ideia mais fácil de ser compreendida é que devíamos amar aos nossos
iguais, ou àqueles que nos retribuem com o mesmo sentimento ou que possuem os
mesmos valores ou convicção. Ocorre, que se pensarmos assim então teremos uma
espécie de
amor excludente, onde não haveria lugar, por exemplo, para a
compaixão.
Lembrem-se que esta não é uma
reflexão ou tentativa de exprimir uma verdade definitiva sobre o tema, inda
mais porque vivemos um tempo de muitas falsas verdades. Sendo assim, baseado no
pouco que conheço e experenciei, trago à baila, de modo abreviado, duas formas
de amor; o
amor incondicional que é aquele a que me referi que se aloja na
alma, e o
amor condicional aquele que sugere alguma compensação ou
pré-requisito para dá-lo ou oferta-lo.
O
amor foi tema constante na
filosofia grega, onde foram abordadas várias formas um tanto distintas de amor.
Platão em sua obra Banquete discorre sobre três formas de
amor que a seu entendimento
englobaria certos aspectos da experiência humana: Eros, Philia e Ágape. Eros
que, baseado no desejo, impulsionaria o indivíduo em direção ao belo, prazeroso
e/ou virtuoso; Philia seria o
amor baseado na amizade, reciprocidade,
solidariedade, elementos essenciais para a edificação de vínculos sociais e
comunitários; Ágape seria o que já denominei como
amor incondicional, altruísta
e livre de interesses pessoais, algo próximo do conceito de
amor cristão. Aristóteles
ainda acrescentou o
amor Filos, que estaria vinculado à alegria.
Algo que gosto de abordar quando
trato deste assunto também em palestras é que hoje, mais do que outrora, a
humanidade como um todo está mergulhada na ausência de amor, na falta de afeto,
empatia, compaixão e outros tantos valores e fazeres benignos e construtivos.
Sendo assim, creio que ainda há tempo de revermos ou ressignificar paradigmas e conceitos sobre o que seja amor. Enfim, não
basta parecer amor, tem que ser amor, ou como sugere a letra da canção, o amor
como "estrada de fazer o sonho acontecer".
Autor: Willes S. Geaquinto
Willes S. Geaquinto - Psicanalista,Psicoterapeuta, Consultor Motivacional.
Trabalha com a Terapia do Renascimento promovendo o resgate da autoestima, o equilíbrio emocional e solução de transtornos, fobias,etc...
Palestras e Cursos Motivacionais(relação de palestras no site).
Contato: (35) 99917-6943
site: www.viverconsciente.com.b
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Atualizado em 5/26/2025
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