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Frutas Secas - divina doçura!

por Conceição Trucom em Corpo e Mente
Atualizado em 01/08/2007 14:27:44


Quem já conhece o meu trabalho, seja através dos livros ou textos, sabe que sou bastante refratária ao consumo de açúcar de forma inconsciente.
Já sabe também que valorizo sobremaneira o consumo dos alimentos vegetais e integrais (jamais refinados), pois é a melhor forma de acessarmos toda a sua alquimia, seu Ser e Viço.

Do açúcar mascavo ao branco, todas são versões refinadas, não saudáveis, pobres nutricionalmente, portanto, fonte de energia vazia. Assim, ao longo do seu consumo exagerado e usual, tais tipos de açúcar irão favorecer e desencadear doenças.
Mas não estou afirmando com isso que devemos cortar o sabor doce de nossas vidas. Segundo as medicinas antigas - a Tradicional Chinesa e a Ayurvédica - os sabores são ferramentas importantíssimas na preservação da saúde e no tratamento de doenças.

O sabor doce, desde a infância, tão ligado ao prazer e às memórias afetivas, mexe bastante com os circuitos cerebrais, portanto com nosso emocional e inteligências.
Mas, é este mesmo sabor que desperta e harmoniza o baço (o grande almoxarifado do corpo humano), o estômago (o que digere e separa as unidades básicas de nutrição), a boca, os lábios e a salivação (que dão sustentação ao prazer e à consciência) e, finalmente, o sabor doce é o responsável principal pelos processos de transformação.
Portanto, não podemos jamais abrir mão deste agradável sabor.
O que pretendo, sim, em todo o meu trabalho de conscientização, é que este doce seja saboreado com responsabilidade e consciência.

Não pretendo saber do doce somente pela compulsão do prazer ou para suprir (entupir, esconder e abafar) as necessidades de transformação.
Minha proposta tem sido consumir o doce assim:
1) Com moderação e equilíbrio. Nenhum exagero é saudável ou sábio.
2) A partir de fontes mais saudáveis, naturais e integrais.
Bons exemplos são as frutas frescas, os cereais integrais que bem mastigados são doces, as ervas doces, entre elas a estévia e o funcho, o mel e o melado de frutas (cana, caju, beterraba, etc.).
Mas tem um exemplo que é especial: as FRUTAS SECAS!
Desidratando, ou seja, evaporando a umidade natural das frutas frescas, que gira em torno dos 60-80%, teremos a banana-passa, uva-passa, ameixa, figo, tâmara, damasco, maçã, abacaxi, caqui, mamão... DIVINA DOÇURA!

Bem, vamos aos segredos por trás dessas delícias, ricas em frutose – o açúcar das frutas - sais minerais, vitaminas, fibras e enzimas.
Elas podem ser desidratadas ao natural, sob o efeito do calor solar, que não ultrapassa os 45ºC. Em caixas especificamente desenhadas, elas permanecem sob ventilação natural; expostas ao sol por horas, dependendo do tipo de fruta, seu corte, época do ano e grau de insolação de cada local.
Ou, sob o calor de estufas elétricas (fuja das estufas a óleo), em temperaturas que não podem ultrapassar os 66ºC. Essa é a temperatura média de uma das estufas do Instituto de Tecnologia de Alimentos, o Ital (Campinas/SP). As frutas frescas, manuseadas segundo cada tipo e fornecedor, são arrumadas em bandejas sobrepostas, por onde circula o ar quente. Permanecem nessa condição por horas, e ao final a fruta fresca se transforma em fruta seca ou fruta passa.
"Do início ao fim, tudo é controlado com rigor para preservar os nutrientes", explica o engenheiro de alimentos José Maurício Aguirre, especialista em tecnologia de secagem do Ital. Um exemplo: a banana recém colhida tem cerca de 70% de água e ao final da desidratação fica com cerca de 15% de umidade. E olho nas embalagens, pois a umidade das frutas secas não pode ser superior a 25%, pois neste caso, além do fabricante ganhar mais vendendo água, a possibilidade de crescer fungos aumenta vertiginosamente.
Na secagem solar, não ocorre perda das substâncias nutritivas, pois evapora somente a água. Ao contrário, ocorre um enriquecimento, pela impregnação de energia solar (prana) que a fruta recebe durante sua secagem.
Na secagem por estufa, a perda maior é da vitamina C, que se degrada termicamente a partir dos 45ºC. Mas, fora isso, a perda nutricional é praticamente nula, se o fabricante evitar aditivos sintéticos, secagem com estufas a óleo (pois haverá contaminação com os gases do óleo usado) e descontroles da temperatura de secagem.
Obviamente, a desidratação concentra o teor de açúcar e todos os demais nutrientes, consequentemente, as calorias. Ou seja, uma banana fresca tem o mesmo valor calórico de uma banana seca.

Assim, valem alguns alertas:
1. É mais fácil extrapolar no consumo das frutas secas, conseqüentemente nas calorias e no açúcar. Portanto, moderação é preciso, já que o açúcar está concentrado.
2. É importante mastigá-las muito bem, para dar tempo da salivação acelerar sua reidratação. A reidratação completa acontecerá no estômago.
3. Portanto, a ingestão de frutas secas exige um aumento no consumo de água, o que é muito benéfico.
4. No caso das frutas secas industrializadas, existem conservantes (químicos ou orgânicos naturais) que evitam a oxidação das frutas, o crescimento de fungos e até auxiliam no seu tempo de secagem (geram fissuras nas cascas para a água evaporar mais rápido). Importante checar se os limites impostos pela legislação para a adição dessas substâncias estão sendo respeitados.
Os conservantes químicos são: bicarbonato de sódio, cloreto de sódio, hidróxido de sódio e o anidrido sulfuroso. A legislação estipula o máximo de 0,1 grama/quilo de fruta produzida, que é tolerável e num processo de produção em alta escala é necessário, para evitar a contaminação por insetos e fungos.
5. Para quem rejeita a ingestão de conservantes químicos, mesmo que em quantidades ínfimas, o ideal são as frutas secas desidratadas com técnicas naturais, preparadas em estufa solar ou com conservantes orgânicos, como o ácido cítrico (suco de limão) e o ácido ascórbico, a popular vitamina C. Para quem é fã do limão, nem precisa comentários.
6. Olho nos rótulos e locais de compra.
Uma certeza: as frutas secas são uma rica fonte de frutose, que é um açúcar mais lento (menos glicêmico) e ainda na sua forma integral, ou seja, toda a alquimia da fruta está ali concentrada, principalmente se for via secagem solar.

Consumir as frutas secas, todos os dias, seja no preparo de sucos desintoxicantes, docinhos de aniversário com germinados, bolos onde o açúcar branco é compensado com elas, garante um sabor doce suave e agradável, assim como a reposição das energias, sais minerais, fibras e elevado poder desintoxicante.
Outro ponto a favor das frutas secas é o seu prazo de validade. Se bem armazenadas, longe da umidade e em temperatura ambiente, podem durar de seis meses a um ano. Por isso, fáceis de levar na bolsa para consumir a qualquer hora.

FRUTA SECA - Principais nutrientes
Abacaxi-passa - rico em fibras e carboidratos
Ameixa seca - rica em cálcio, potássio e vitamina A
Banana-passa - rica em potássio e vitamina A
Damasco seco - rico em fibras, vitamina A e carboidratos
Figo seco - rico em cálcio e potássio
Maçã seca - rica em potássio
Mamão-passa - rico em cálcio
Pêssego seco - rico em fibras e vitamina A
Tâmara seca - rica em fósforo
Uva-passa - rica em fibras e potássio
Fontes: NUT WIN 2006 e FRUTOTECH / ITAL

DOCINHOS DE ANIVERSÁRIO SEM AÇÚCAR
ngredientes: 1 xícara (chá) de fruta seca picada (banana-passa, uva-passa, figo seco, tâmara, damasco seco ou ameixa seca) - 1 xícara (chá) de semente de linhaça pré-hidratada (para cada 1 medida de semente de linhaça use 1 medida de água.
Para a cobertura: achocolatado em pó, farelo de aveia ou leite em pó.
Opcionais: ½ colher (chá) de aromático (essência de baunilha, óleo essencial de limão, raspas da casca de limão ou laranja, etc.) - 2 colheres (sopa) de coco ralado - 2 colheres (sopa) de leite em pó.
Preparo da semente de linhaça pré-hidratada: coloque de molho 1 medida de semente de linhaça + 1 medida de água. Deixe de molho por toda a noite ou por um mínimo de 4 horas. A linhaça pré-hidratada contém mais vitamina C, enzimas e outros nutrientes saudáveis típicos em germinados. Outra propriedade positiva é que ela assim preparada não irá causar flatulência.
Preparo do docinho: passe tudo por um processador até a mistura ficar homogênea. Às vezes não processo muito e deixo um pouco de pedaços da fruta seca. Passe para uma tigela e com auxílio de 2 colheres (chá), vá colocando as bolinhas sobre a cobertura desejada. Faça as bolinhas e arrume nas forminhas de papel. Se desejar, o docinho pode ser colocado dentro de uma ameixa seca (como o olho de sogra) ou de uma uva fresca. Também pode decorar as bolinhas com uma estrela de cravo da índia ou uma uva passa ou um amendoim. Enfim, conte com sua criatividade e amor pelo alimento que dá prazer junto com saúde!


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trucom
Conceição Trucom é química, cientista e escritora sobre Alimentação Baseada em Plantas, considerada como Alimentação do Futuro: vitalizante e regenerativa.
Portal: www.docelimao.com.br
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