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Os perigos da mitificação

por Izabel Telles em Espiritualidade
Atualizado em 31/05/2007 12:40:44


O artigo que escrevi na semana passada “Ainda não estamos prontos” resultou numa avalanche de e-mails que, mesmo que quisesse, não teria tempo hábil para responder.

Noventa e nove por cento deles continha longos relatos de situações parecidas com as que enfrentei. Parece que o pessoal estava mesmo precisando desabafar!
Recebi muitos conselhos. Alguns sugestivos como “Saia da passividade e responda ao mal que lhe fazem com palavras à altura”... “Jesus era duro com as pessoas”.... “Ataque quem fere a sua alma”... “Eu, em seu lugar, teria dado uns tapas na executiva”... “Você deveria ter falado com o velho do carro japonês que ele era um grosso, um mal-educado, um ingrato”...

Agradeço aos leitores do site e prometo que vou considerar cada conselho e pedir à minha alma que selecione aquilo que ela julgar que vai somar positivamente à minha experiência humana neste planeta.
Mas o que mais chamou minha atenção foi a quantidade de pessoas que escreveram mais ou menos isso: “Se você que é espiritualizada sofre isso, imagine nós que ainda estamos tateando no caminho!”

Dediquei parte do meu dia para refletir sobre o conteúdo desta afirmação e iniciei este artigo onde falarei sobre a mitificação.
Mitificar tem a ver com a criação de mitos. Que, segundo o dicionário do mestre Aurélio, quer dizer “coisa ou pessoa fictícia, irreal”.

Há um conceito (ou preconceito) de que as pessoas que escrevem, atendem, aconselham, dialogam regidas, guiadas ou inspiradas por uma conduta espiritualista, não padecem dos males dos mais comuns dos mortais. Algumas pessoas mitificam estes profissionais, superestimando seus atributos e conhecimentos.
Noto isso em meu consultório.
Se estou resfriada ouço:
- Até você?
Se desmarco uma consulta porque tenho que ir ao meu advogado escuto:
- Mas você tem algum problema que precise de um advogado para resolver?
Sei que isso acontece com muitos terapeutas, médicos, psicólogos e assim por diante.
Ao receber estes e-mails tive a confirmação disso.

Algumas pessoas acham que abandonamos nossa condição humana para virar mitos. E, como está escrito no Aurélio, mitos são fantasias que não tem corpo real. E nós temos. Depois, mitos também sofrem, choram, perdem seus amores, perdem seus poderes, perdem muitas vezes a sua condição e vão viver algum tempo no inferno.
Por tudo isso, escrevo hoje para você esta pequena crônica em forma de alerta: nunca mitifique ninguém, nem coisa nenhuma. Tampouco sinta-se menor ou menos preparado do que os personagens de sua mitificação.

Toda a questão fica a cargo do quanto cada um desenvolveu sua consciência. Um espiritualista conhece bem as leis da causa e do efeito e sabe que o movimento da vida é circular. O que vai costuma voltar para o lugar de partida.
O ódio que emito em direção a alguém faz o mesmo mal para mim.
A raiva que sinto corrói, primeiro, todos os meus corpos para depois atingir os corpos do outro.

Quando ouvimos falar sobre os benefícios e o poder do perdão, podemos entendê-lo como uma possibilidade de vivermos com saúde. Sabe por quê? Porque quando não perdoamos ficamos com o tema remoendo dentro de nós e ficamos sem energia disponível para criar o novo. No entanto, quando perdoamos, aliviamos nosso sistema e libertamos o outro para que ele possa continuar sua caminhada sem a nossa pressão energética sobre sua vida.
Por isso é importante perdoar também. Perdoar, antes de ser um ato espiritual, é uma confissão de inteligência emocional.
Além disso, gosto muito de um ditado muito antigo que diz: quando um não quer, dois não brigam.
Por isso, muitas vezes prefiro fechar meus ouvidos, sair de perto, evitando as pequenas guerrinhas que dão início às grandes e sangrentas batalhas! Claro que isso também custa alguma entrega e sacrifício. Custa engolir uns sapos de vez em quando. Mas, usando a imaginação, devolvo os sapos ao brejo, queimo a cruz onde me senti sacrificada e mando pras estrelas as pessoas que nunca mais quero ver!



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izabel
Izabel Telles é terapeuta holística e sensitiva formada pelo American Institute for Mental Imagery de Nova Iorque. Tem três livros publicados: "O outro lado da alma", pela Axis Mundi, "Feche os olhos e veja" e "O livro das transformações" pela Editora Agora.
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