O básico para entender Deus




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/18/2025 6:59:11 AM
"Amar a Deus sobre todas as coisas..." Como seria isso? O que é Deus? Onde Ele está?
Amar é um verbo transitivo direto: precisa de um objeto. Sendo Deus esse objeto, surge inevitavelmente a pergunta: quem ou o quê é Deus?
Como posso amar algo que não compreendo? Pela fé? É necessário acreditar nas cartilhas religiosas? É isso?
Vamos analisar essa questão da forma mais racional possível. Se partirmos do pressuposto de que Deus é onipresente - ou seja, está presente em tudo -, então amar a Deus significa amar tudo. Quando surge em nós qualquer sentimento de rejeição, ódio, raiva ou inconformismo com algo ou alguém, estamos deixando de amar a Deus, uma vez que Ele está presente em tudo, inclusive naquilo que negamos e não aceitamos.
Jesus complementou esse ensinamento dizendo que, além de amar a Deus sobre todas as coisas, deveríamos amar ao próximo como a nós mesmos. Ou seja, Jesus estava, em essência, dizendo que devemos amar tudo. Portanto, falava do amor - nada além disso.
Se devo amar a Deus (tudo), amar o próximo (o outro) e amar a mim mesmo, significa que não há nada que não mereça amor. Assim, o amor é o caminho.
O sentimento de ódio é a negação do amor - é quando escolhemos andar na contramão das prescrições, não só de Jesus, mas de todos os grandes mestres da humanidade.
Amar a si mesmo é promover uma profunda reconciliação consigo; é perdoar-se incondicionalmente, compreendendo que os erros do passado foram etapas do aprendizado que o trouxeram até aqui. Só é possível amar-se verdadeiramente ao se libertar de sentimentos de culpa, remorso ou arrependimento - sentimentos esses nascidos do autojulgamento e, muitas vezes, de um ódio direcionado a si.
Sentir-se culpado, envergonhado ou arrependido, na verdade, é uma forma disfarçada de ódio contra si mesmo.
Amar ao próximo é não julgar, não agir com preconceito, não tentar enquadrá-lo aos nossos padrões internos, nem condená-lo por seus erros - que, assim como os nossos, são instrumentos de crescimento. A própria natureza possui elementos para nos guiar no caminho da evolução; não é necessária a intervenção de ninguém para isso.
Por fim, amar a Deus é amar tudo o que o Universo nos proporciona como experiência. Cada movimento do devir está sob a gestão dessa força inteligente e suprema. A não aceitação é o que nos torna adversários de Deus. Não podemos competir com Ele, nem nos rebelar contra aquilo que é. Pelo contrário: só nos resta aceitar e extrair o máximo de cada proposta da Vida.
Amar a Deus é amar a vida como ela é.
O ódio é uma reação transgressora e está na raiz de tudo aquilo que é nocivo ao ser humano. Quem não se ama, adoece, enfraquece, empobrece e enlouquece. Guardar esse sentimento no coração, como ensina Buda, é como segurar um carvão em brasa esperando o momento certo para jogá-lo em alguém - enquanto se espera, é ele que queima a nossa mão.
Diante de tudo isso, amar a Deus não é um mandamento externo, mas uma experiência interna de unidade com a vida. É a superação do ego separatista, a entrega à totalidade do existir. Quando amamos plenamente - sem exclusões, sem julgamentos, sem resistência -, tornamo-nos parte consciente do divino em tudo. O amor deixa de ser um ideal distante e se torna uma prática viva, cotidiana, silenciosa. E é nesse estado que, enfim, compreendemos: Deus não é algo a ser entendido - é algo a ser vivido.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conhe�a meu artigos: Terapeuta Hol�stico, Palestrante, Psicap�metra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsapp (s� para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |





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